Tempo de reflexão

Os poderes públicos estão brincando com fogo! Confiantes na índole do brasileiro e na submissão a que é induzido por informações dirigidas por veículos de comunicação submetidos ao poder central por meio das fartas verbas publicitárias que praticamente os mantém; igualmente pela pregação religiosa hoje fartamente disseminada  por veículos concedidos pelo poder público, e como tal, ao tempo em que cumprem missão altamente pecuniária de interesse dos pregadores de plantão (poucas são as denominações religiosas de peso), mantêm o redil submisso aos interesses dos governos pela via de bancadas submissas, se é que a coluna se faz entender. De desgaste em desgaste, tais as denúncias quase diárias, estão colocando em risco o próprio regime, dito democrático, que se pratica no país. Regime que permite que um povo que convive com grandes dificuldades tenha que bancar instituições como o Senado, que, sabe-se hoje, custa a esse mesmo povo R$ 3 bilhões por ano. Pior: não abre mão desses custos como provado na decisão que tentava abater 10% desses valores.  Câmaras municipais, assembleias, prefeituras, câmara federal, Senado e até governo federal com 38 ministérios ou secretarias com status, consumindo grande parte do que é tomado via impostos, especialmente o de renda, que ironicamente incide sobre salários. De tal modo que grandes fortunas pagam menos que parcos salários. É tempo de parar para pensar! É preferível para a dita classe política que manda no país, entender que estamos às vésperas de  um momento em que é melhor perder os anéis para salvar os dedos. Ou atender a uma frase humorística, mas que tinha grande profundidade, cunhada por Millôr que já é saudosa memória: Ou nos locupletamos todos ou restabeleça-se a moralidade.

Mala preta
Uma das mais candentes discussões durante o mandato de Cezar Peluso na presidência do Supremo (agora encerrado) foi a tentativa de limitação dos poderes do Conselho Nacional de Justiça, especialmente depois que a Corregedora, Eliana Calmon, cutucou a Justiça com vara curta. Eliana pode até não ter alcançado todos os objetivos, como afirmou Peluso,  mas deve-se a sua postura a abertura que se seguiu. Até então a Justiça brasileira era uma mala preta. Intocável!

Vitória
Uma vitória da ministra, Gleisi Hoffmann, fruto de sua curta passagem pelo Senado, antes de convocada para a Chefia da Casa Civil pela presidente Dilma: seu projeto extinguindo os 14 e 15 salários naquela Casa, efetivamente uma excrescência  em que ninguém se atrevera a tocar,  foi finalmente aprovado.

Versões diversas
Pior do que falar, é tentar explicar o que se falou. É o momento vivido pelo presidente  da empreiteira Delta. As versões sobre os trinta milhões colocados nas mãos de um político a cada dia tomam um rumo diferente. Desde afirmar que a frase foi retirada do contexto, até a de que se tratava de uma suposição feita por Cavendish em conversa com sócios que rompiam a sociedade, gravada indevidamente.

Holofotes

Holofote exerce atração sobre políticos. Principalmente os que se acendem sobre CPI de grande visibilidade como promete ser a do Cachoeiragate. Enquanto a oposição procura preencher  suas poucas vagas com figuras mais expressivas para tirar o máximo proveito, a situação vai armar o circo com o que tiver de melhor para desarmar o picadeiro.

Tiro longo
Se confirmadas as presenças de Álvaro Dias, Rubens Bueno e Francischini, apontados pelo PSDB e PPS, já se sabe que não haverá moleza para a base do governo. Independente de CPIs a participação de Dias e Bueno  na mídia já é bastante intensa. Rádios e tevês procuram sempre os que tem alguma coisa a dizer.

Em choque
Do Mahatma Gandhi para o momento político presente: Um homem não pode estar ocupado em fazer o certo numa área da vida, enquanto está empenhado em fazer errado em outra.