Tranquilidade aparente

A coluna citou ontem os riscos que a retomada de uma investigação sobre o que ocorreu durante o regime de exceção iniciado em 1964 pode apresentar. Citou inclusive a reação que já se esboça entre alguns setores militares  mais radicais, antes acomodados em um Ministério da Defesa administrado por um civil. Não houvesse a censura aos veículos de comunicação, primeira providência a ser tomada por uma quartelada, daí a preocupação com o que ocorre na Argentina e na Venezuela, e a verdade não precisaria ser pesquisada. Já teria aparecido à época! Como acontece hoje, em que os próprios órgãos de investigação vazam à imprensa informações sobre fatos em exame, a população poderia ficar informada e assim evitar que medidas extremas fossem tomadas contra pessoas no período. Hoje, quando ocorrem são punidas. Como o caso recente da agressão sofrida por um jovem na ocupação policial  do Parolim em Curitiba. Assim como outros semelhantes em outros lugares. Com toda a deficiência que a imprensa possa apresentar, tocada que é por gente falível, sua atuação livre é fundamental. Eis um motivo para que as preocupações que ressurgem no governo, desde a passagem de Franklin Martins pelo setor, acenando com uma possível regulamentação, não deva prosperar. Fechada a imprensa, Carlinhos Cachoeira estaria em franca atividade e Demóstenes Torres ainda posando de vestal da moralidade; os mensaleiros do período flauteando sem nenhuma preocupação com a punição de seus atos; essa mesma imprensa fiscalizando a ação da Comissão da Verdade pode evitar o revanchismo, coisa que também pelas características dos nomes indicados para compô-la, dificilmente ocorrerá.

Sigilo quebrado

Desde ontem os órgãos de governo estão obrigados a abrir suas informações ao povo. Medida acertada não fora por um detalhe: com o desinteresse do brasileiro, desencantado com a política, de pouca valia será decisão. Se as consultas forem mínimas acabará virando mais uma lei que não pegou.

Vaia irrita presidente

A surpresa na audiência da presidente Dilma na audiência que concedeu aos prefeitos que participaram da Marcha a Brasília, ficou por conta da vaia que ela recebeu ao falar sobre a divisão dos royalties. Vetada por Lula anteriormente, Dilma fez questão de afirmar que os prefeitos devem tentar lutar na distribuição de agora para a frente.

Reivindicação

Outro ponto da reivindicação foi o aumento dos recursos para as creches. Cada criança custa às prefeituras R$ 600 reais, e o governo entra com R$ 260. Para o presidente da Associação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, melhor será que os municípios construam e o governo federal mantenha as creches. Fora disso ultrapassam os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e ficam sujeitos a perder o cargo.

A conferir

Os de melhor memória irão se lembrar que Dilma, em sua campanha prometeu a construção de 6 mil creches até 2014. A presidente, diante da ponderação dos prefeitos garantiu que o meu governo fará o possível e o impossível, com custeio e financiamento, para que a parte mais pobre das crianças esteja nas creches.

Decisão antecipada

Na próxima segunda-feira o substituto do Conselheiro Heinz Herwig, que deixou o Tribunal de Contas alcançado pela aposentadoria compulsória (70 anos) será escolhido pela Assembleia. Tem toda chance de acertar quem imaginar que o escolhido será o deputado Durval Amaral. Contra ele na disputa, um técnico do próprio TC. A certeza é tanta que ele já deixou a Casa Civil e o governo já apontou o nome de seu sucessor: o secretário de Administração e Previdência, Luiz Eduardo Sebastiani.

Em choque

Não passa da próxima semana a escolha do vice de Gustavo Fruet (PDT) na disputa pela prefeitura de Curitiba. O deputado Ângelo Vanhoni afirma que não aceita o desafio e apresentou lista com oito nomes do partido. Entre eles os dois que pretendiam a cabeça de chapa: Dr. Rosinha e Tadeu Veneri.