Unidade vitoriosa
A famigerada autofagia na política paranaense, parece estar em declínio, a se julgar pela unidade obtida agora, talvez até por que o assunto já sofria pressão de vários setores da sociedade paranaense organizada. De fato, de há muito um projeto com a reivindicação do estado pela criação do Tribunal Regional Federal, repousava tranqüilamente numa gaveta da Câmara Federal. O TRF da 4a. região, com sede em Porto Alegre, obrigava a que advogados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, com causas na área federal, se deslocassem ao Rio Grande em defesa de seus clientes. A luta não foi fácil. Precisou não apenas da unidade inédita do Paraná, mas também de Minas, Bahia e Amazonas, que também viviam o mesmo drama. No presente episódio, além dessa festejada unidade obtida, outros fatores pesaram; talvez com maior destaque, o fato de o recém eleito, vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT), ter negociado com o presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN) para presidir a sessão. Uma estratégia inteligente como se viu na seqüência. Contornando de início um requerimento do igualmente petista Sibá Machado, do Acre, que pedia a retirada do projeto de pauta, sabe-se lá por que motivo! Talvez pelos custos adicionais que tais desdobramentos desses Tribunais representarão ao governo, já que falou em nome da bancada do PT. Surge aí um inesperado pedido do PSB, a pedido da bancada gaúcha para a retirada apenas do TRF a ser criado no Paraná, pelo desprestígio que essa mudança representaria ao Rio Grande do Sul. Pura vaidade! Acabou valendo o relatório do deputado Eduardo Sciarra, aprovado por 347 votos. Uma vitória da pouco praticada unidade dos parlamentares paranaenses. Que fique a boa lição para a segunda votação que ocorrerá em abril. E outras…
Viagem oportuna
É impossível não lembrar, quando se fala em lutar em favor do Paraná, o recente episódio do empréstimo de US$ 350 milhões de dólares do BID ao Paraná. Empacado no Senado pelo pedido de vistas do senador Requião. Felizmente quando por ação dos também senadores Álvaro Dias e Sérgio Souza, consegui-se aprovar o empréstimo no mesmo dias na Comissão de constituição e Justiça e no plenário, Requião estava convenientemente no exterior.
Abuso
Não por acaso o brasileiro anda até o pescoço com alguns políticos insensíveis, para não aplicar outras adjetivações (que acabam tornando a atividade política demonizada). Enquanto milhões enfrentam as filas do SUS por meses à espera de uma consulta, no Senado as despesas médicas que incluem os 81 senadores, dependentes e os 6,3 mil servidores (da ativa e aposentados), só no último ano do mandato de José Sarney, custaram aos cofres públicos, R$ 115,2 milhões.
Carreira sem fim
Um político marcante que há quarenta anos iniciou sua carreira como prefeito de Andirá e agora a encerra compulsoriamente (70 anos) no Tribunal de Contas, Hermas Brandão, deixa sua marca na Assembleia onde muito mandou. Um filho e um genro são hoje deputados estaduais. Encerra os mandatos de Conselheiro mas dificilmente encerrará a carreira. Suas enormes experiência e habilidade ainda devem ser requisitadas.
Até tu, Marina!
A ex-senadora Marina Silva que tenta agora criar novo partido com que concorrerá à Presidência da República, dá seu pitaco na reforma ministerial pretensamente feita para melhorar o desempenho do governo: Não adianta mudar ministros de a lógica continua a mesma. Para manter a base do governo, os partidos ocupam os os espaços públicos como se fossem privados.
Em choque
A aposentadoria de Hermas Brandão do TC, enche os olhos cobiçosos de vários candidatos. Com mais visibilidade a candidatura do deputado Plauto Miro Guimarães Filho, embora as pretensões do deputado Fábio Camargo, alavancada pelo prestígio de sue pai desembargador Clayton Camargo, hoje na Presidência do Tribunal de Justiça. A força de Plauto reside no apoio de seus companheiros, deputados estaduais.