Tira-fora

O senador Álvaro Dias é boa fonte para os jornalistas, com sua postura oposicionista sempre bem fundamentada. Daí ser presença constante nos telejornais nacionais. Fundamentado no depoimento sigiloso (!) do delegado da PF, Raul Alexandre de Souza,  que participou da operação Vegas, seguida  da Monte Carlo de notório destaque pela prisão de Carlinhos Cachoeira,  afirmando que o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, não dera prosseguimento às investigações, gente da base governista investe contra ele. Esqueceu-se o delegado de informar que Gurgel não arquivou o inquérito, decisão que estaria a seu alcance. No tumulto que as prisões efetuadas pela PF desencadeou, com a divulgação homeopática das gravações a cada dia envolvendo mais gente, a postura do delegado é estranha. Justo quando o Procurador terá função decisiva na acusação (cinco horas para isso) contra os 38 envolvidos no mensalão que finalmente, depois de anos de cobrança, deverá entrar em julgamento no STF. Álvaro saiu em defesa do Procurador, afirmando ter a postura petista como objetivo, tumultuar o julgamento. A afirmação tem lógica. Se o Procurador não apressara as investigações e o caso Cachoeira veio a furo por vazamentos na PF,  a conta-gotas para ampliar o tumulto, a alguma causa estará servindo. De fato o mensalão com seu julgamento levado a termo, tem potencial para causar estrago nos partidos a que seus implicados serviam. Gente de alto coturno estará sujeita a, numa das raras vezes em que isso aconteceu no Brasil, pagar pelas malfeitorias que quase levam o governo de Lula a pique. Não fora sua (a de Lula) costumeira habilidade para ‘tirar o corpo fora’ de qualquer situação, estaria complicado. Peça fundamental nesse tira-fora foi o Aero-Lula.   

Volta ao passado

Delegado da PF de origem, o deputado paranaense Francisco Francischini (PSDB) está a vontade nos episódios que envolvem Carlinhos Cachoeira e suas conseqüências. Questiona o BNDES que financiou a aquisição de frigoríficos pelo JBS ficando com 31,41% de seu capital. Quer evitar que a compra da construtora Delta, pela J&F, holding da agora gigante da carne, tenha mais uma vez recursos do banco estatal.  

Política de Estado

Ontem foi dito aqui que na política há gente que vai embora e não é mais lembrada. Citou-se Juscelino, ainda hoje na memória, até pela construção de Brasília, inaugurada a toque de caixa para evitar que o novo presidente a abandonasse. Aquilo que dito aqui sobre ‘políticas de governo e políticas de Estado’, esta última fazendo falta no país. Se Juscelino não a tivesse inaugurado, Jânio faria de Brasília mais um monumento ao desperdício

Prestígio é tudo!

Na área econômica há gente que ocupa espaço e depois quando sai, com o nome inflado por ter participado do governo tal, não importando o resultado da participação, chamado para comandar grandes grupos empresariais. Caso de Henrique Meirelles que, depois de ter sido presidente do Banco Central no governo Lula, hoje é presidente do Conselho Consultivo da J&F. Botando seu prestígio no governo para funcionar. Naturalmente!

Casa da mãe Joana

Com bilhões e bilhões de dólares (e outras moedas) passando pelo Canal da Galheta, Paranaguá sempre foi um ninho de cobras criadas. Não é surpresa que para mandar naquele município, naquele porto e no de Antonina, até psicólogo e outros que tais,  já tenham sido convocados. Mais uma vez seu Porto está em evidência como a verdadeira casa da mãe Joana que sempre foi.

Em choque

Notícia para hoje. Resultado da reunião do PMDB, com presença de lideranças nacionais: candidatura própria ou continuar atrelado ao governo Beto, foi a questão! Com  os deputados, daqui e do interior, emitindo opinião. O grande eleitor do partido, Roberto  Requião, defendendo a candidatura do ex-prefeito Rafael Greca. Só no fim da noite se soube o que prevaleceu.