Importante empreender com qualidade

Empreender é sair na chuva para se molhar. E se encantar com isso.

Wellington Nogueira, Fundador da ONG Doutores da Alegria.

Na última coluna, escrevi sobre Empreendedorismo, seu impacto no Município e a importância de o Empreendedor ser otimista e persistente. Hoje darei continuidade no aspecto da importância de termos empresas saudáveis e competitivas para o desenvolvimento econômico e social.

Geração de empregos

O IBGE publicou na semana passada a pesquisa Pnad Contínua, demonstrando que a taxa de emprego cresceu em 2017, ainda que modestamente. O desemprego caiu de 13,7 no primeiro trimestre de 2017 para 11,8 no último trimestre. E uma das coisas que chama a atenção nesses números foi o crescimento dos empregos sem carteira assinada. São pessoas que trabalham por conta própria ou entraram no mercado sem garantias trabalhistas, destacou o Coordenador do IBGE responsável pela pesquisa. Cresceu também o número de pessoas que começaram a trabalhar por conta própria, número que chegou a 23,2 milhões. A alta representou 4,8% sobre o último trimestre de 2016. Na média anual, o trabalho por conta própria envolvia 25% dos trabalhadores – ou 22,7 milhões de pessoas.

Crescimento da economia

De acordo com o levantamento da Boa Vista SCPC, publicado pela Revista Exame, o número de novas empresas cresceu 13,6% no Brasil em 2017 na comparação com o ano anterior. O crescimento do Microempreendedor Individual (MEI) continuou com papel de destaque em 2017, sendo 19,1%, enquanto as Microempresas (Mes) tiveram expansão de 6,8%. Já os demais tipos de companhias registraram queda de 12,8% na mesma base de comparação. Em termos de composição, o MEI representou 75,5%, enquanto as microempresas participaram com 16,8% e as demais categorias corresponderam a 7,8% do total.

Empreendedorismo por necessidade

Um aspecto que não podemos deixar de analisar com muito cuidado é a qualidade do emprego ou da iniciativa empreendedora. A última pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), publicada em maio de 2017, mostrou uma dura realidade pela qual passam os empreendedores brasileiros. Em primeiro lugar, referindo-se à renda média do empreendedor, 71,5% dos donos de negócios no país declaram que sua renda mensal familiar é de até três salários mínimos – nos valores de hoje, isso representa pouco mais de 2.800 reais de salário desses donos de empresa. Na faixa de renda acima de nove salários mínimo (a partir de 8.586 reais), estão apenas 1,63% dos empreendedores. Além disso, a taxa de empreendedorismo por necessidade – aquela em que o empreendedor busca renda, ao invés de uma oportunidade encontrada ou vocação. De maneira geral, esse tipo de empreendedorismo caiu. De 2015 para cá, identificamos uma queda na taxa do empreendedorismo por oportunidade. Entre 2012 e 2014, a taxa de empreendedorismo por oportunidade girou em torno de 70%. Em 2015, ela caiu para 56% e, em 2016, teve uma ligeira melhora, passando para 57%, salienta o Presidente do Sebrae Guilherme Afif Domingos.

Ter o próprio negócio é o quarto maior sonho dos brasileiros, segundo o GEM. O desejo é superado apenas por Viajar pelo Brasil, Comprar a casa própria e Comprar um automóvel. Em oitavo lugar está o sonho de fazer carreira em uma empresa.

Durante o ano de 2016, 36% das pessoas entre 18 a 64 anos tinham um negócio ou estavam envolvidas na criação de um – isso significa 46 milhões de brasileiros, e é o segundo maior da série histórica.

Estes dados demonstram a dimensão do universo do Empreendedorismo no Brasil e a importância de desenvolvê-lo, assim como outros setores. Na Casa do Empreendedor em Campo Mourão, damos toda orientação, capacitação e consultoria aos empreendedores para que possam tornar seu sonho possível e exitoso.

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Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]