Natal é tempo de alegria, de esperança e luz
A celebração de Natal não pode prescindir da presença do aniversariante. O professor salesiano Marco Pappalardo afirma categoricamente que o Natal , se não quisermos ser hipócritas, tem um festejo preciso e claro, com um nome e uma história que não é pouca coisa: Jesus Cristo! É claro que é possível não crer nele, mas estes dias são festejados por um evento muito específico, por aquele encontro entre Deus e o ser humano, único no tempo e que, ao mesmo tempo, se renova.
E se o verdadeiro sentido do Natal estivesse escondido entre tantos enfeites, luzes e compras? Em dezembro, as árvores de Natal decoram shoppings e as bolinhas brilhantes enfeitam os pinheiros de plástico. Tudo é enlaçado pelas tranças de pisca-pisca. As lojas colocam guirlandas e o velho Noel ressurge após um ano.
A beleza das decorações causa distração e tende a nos afastar do real significado.Vivemos numa época em que tudo parece mais acelerado do que é costume e que eleva o sentimento meio generalizado de exaustão. Não posso deixar de reconhecer que a correria inflama os nervos, apesar da esperança que insiste em fazer parte.
Neste momento em que nos aproximamos do Natal e do encerramento de mais um ano, somos levados a um natural processo introspectivo, de reflexões e balanços pessoais, familiares e profissionais, acerca de tudo o que vivenciamos nos últimos 12 meses
Em dezembro, a saudação “Feliz Natal!” é muito comum. Mas ela precisa ser melhor explorada para revelar a riqueza que oculta e pretende transmitir. Muitos contemporâneos perderam a dimensão espiritual dos votos natalinos.
Diante de um acontecimento de tamanho significado para nós, haveremos de preparar os nossos corações da melhor maneira que pudermos, fazendo do Advento aquilo que os textos bíblicos nos exortam: tempo de preparar os caminhos do Senhor, de endireitar suas veredas, de oferecer-lhe morada em um coração renovado. Não mais ódios, mas busca sincera de paz; não mais divisões, contendas, rivalidades, mas diálogo, busca de unidade, mãos estendidas, pois não se pode querer celebrar o Natal com atitudes incompatíveis habitando em nosso ser. Não se pode pensar que o Cristo queira ser recebido assim.
O Advento é um dos tempos mais profundos e significativos do ano litúrgico cristão. Derivado do latim adventus, que significa “chegada”, este período nos convida a refletir sobre a vinda de Jesus Cristo: sua primeira vinda, no Natal, e sua segunda vinda, no final dos tempos. Mais do que uma simples contagem regressiva para o Natal, o Advento é um momento de esperança, conversão e preparação espiritual.
O Advento é um convite à preparação do coração, à espera vigilante e à esperança confiante. Que possamos vivê-lo com intensidade, acolhendo o Cristo que vem e deixando-nos transformar por sua presença em nossas vidas. Assim, quando o Natal chegar, poderemos dizer com alegria e gratidão: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22,20).
Se o seu Natal não for como você gostaria que fosse, lembre-se da história da Família de Nazaré em condições tão adversas. José e Maria não desistiram, não desista também.
Que o nosso Natal seja Mistério de amor a ser vivenciado com o coração purificado, com desejo sincero de viver o perdão e a paz com todos. Que o nosso Natal seja puro Mistério de amor do Deus amor, que continua nascendo por nós e manifestando em Jesus a sua mais pura bondade para com toda a humanidade
– Feliz e Santo Natal para todos.
GILMAR CARDOSO, advogado e poeta, é membro da Academia Mourãoense de Letras, do Centro de Letras do Paraná, da Academia de Cultura de Curitiba – ACCUR e da Academia Brasileira Rotária de Letras – ABROL-PR