Sobre armas, liberdade e um Brasil justo
Em Dourados, cidade localizada a 216 quilômetros de Campo Grande, na madrugada do sábado, 30 de março, um escritório político, identificado como “Casa da Direita Sul-Mato-Grossense”, teve a fachada depredada. Um crime político que vai além do vandalismo, pois desafia a liberdade e autonomia do cidadão conservador. Há 3.384 quilômetros dali, menos de 48 horas depois, em Fortaleza, o escritório político do deputado André Fernandes, do PL, às 5h, foi alvo de pichações, onde também se ateou fogo em um boneco de Jair Bolsonaro.
Coincidência? Acredito que não, porque vivemos uma democracia relativa, com uma perseguição clara a quem tenha o pensamento da direita. Eventos que significam um atentado à nossa maior arma, que é o pensamento crítico do brasileiro, cada vez mais indignado com o custo na sua vida, de toda corrupção da política. Ladroagem essa, que não é só identificada no dinheiro que se desvia, mas nas narrativas mentirosas sobre a realidade, no que concerne aos direitos que temos.
Já completados os meus 16 meses no mandato de deputado federal, tenho sido também, constantemente, alvo do establishmant. Muito por conta da minha defesa na bandeira pelo direito de o cidadão civil ter um acesso menos burocrático às armas de fogo. Preço por defender uma condição que já nos foi dada no passado, e que, certamente, daria ao Brasil outro nível de condição na Segurança Pública. Condição determinante para a liberdade de um povo, dentro de uma “democracia real”.
Acontece que o nosso país não vive, com realidade, os valores de um Estado Democrático de Direito. Prova disso são as inúmeras perseguições implacáveis, a quem pense hoje diferente desse Desgoverno, dos seus métodos de liderar os rumos da nação ou as próprias derrapagens na economia, no trato interno ou até na política internacional.
E no meio disso tudo, o brasileiro está desguarnecido, não tendo nem sequer, como arma de defesa, a sua própria expressão de pensamento. Para quem imagine, que a minha atuação política tenha a ver apenas com armas de fogo, com colecionadores, caçadores, ou atiradores profissionais, aviso que o nosso trabalho vai muito além. Tudo por significar uma instância de respeito à dignidade do brasileiro e sua autonomia de proteção.
Qual o interesse em desarmar o brasileiro? Vinte anos depois, em uma análise fria, qual o efeito da Lei 10.826/2003, a legislação que determinou o Estatuto do Desarmamento? Certo é, que em todo esse tempo, só caíram os números de assassinatos no Brasil, durante o Governo Bolsonaro. E foi justamente entre 2019 e 2022 que se registrou o maior aumento da história do país, em relação ao número de CACs.
Triste é ver, que após o número saltar, de menos de 200 mil, para 850 mil cidadãos, neste cadastro, uma série de restrições está sendo imposta pelo Poder Público, desde janeiro de 2023. Via totalmente contrária à que defendemos, por isso o trabalho árduo no Congresso Nacional, e a resistência frente a esta gestão do descondenado.
Marcos Pollon é advogado, fundador do Próarmas e atualmente deputado federal pelo Mato Grosso do Sul.