Opinião: Argentina na final e Messi no auge perto do fim
Nessa terça-feira Messi completou 25 jogos de Copa do Mundo e igualou o recorde do alemão Lothar Mathaus. Com a classificação para a final, no domingo ele se tornará o primeiro jogador a entrar em campo em 26 partidas. E as suas últimas seis parecem ser as melhores dele em mundiais.
Contra a Croácia (como era fácil ter ganhado da Croácia!) foi mais uma grande atuação, com uma assistência e um gol, o quinto dele nesse certame. A assistência foi um deboche! Entortou o zagueiro Gvardiol de 20 anos, que vem sendo um dos melhores da posição no torneio, e tocou para Alvarez empurrar para as redes e correr para o abraço.
É difícil tentar falar da Argentina e não focar em Messi.
Das críticas por não jogar bem na seleção, por dizerem que não era tão argentino assim (Messi mudou para Espanha aos 12 anos), da quase aposentaria após três vice-campeonato de Copa América com 29 anos, Messi caminha para a gloria eterna e está próximo de sentar ao lado de Don Diego Maradona no panteão dos ídolos argentinos (com todo respeito ao Maradona, melhor jogador argentino o Messi já é).
O roteiro que vem sendo construído nesse último mês indica que pode haver um desfecho perfeito para a carreira desse gênio da bola, o melhor da história se consideramos somente a era televisionada.
Só precisa agora combinar com a França ou com o Marrocos.
As duas seleções jogam a outra semifinal nessa quarta-feira, às 16h00, buscando façanhas incomuns.
A França tenta ser a terceira seleção bicampeã em sequência de Copas do Mundo. Até hoje, apenas a Itália em 34 e 38 e o Brasil em 58 e 62 conseguiram esse feito.
Apesar do desfalque de grandes nomes, a França vem jogando um futebol até melhor do que o apresentado em 2018. Nas quartas-de-final contra a Inglaterra, no entanto, quando pegou uma seleção de nível um pouco maior, passou um sufoco e só não se complicou porque Harry Kane perdeu o pênalti que levaria o jogo para a prorrogação
E se a França é a grande seleção até aqui, Marrocos é a grande sensação do Catar. Uma das maiores zebras de todos os mundiais, sem dúvida. Com uma preparação bastante caótica, mesmo contando com bons talentos, não parecia que os Leões do Atlas seriam capazes de chegar tão longe. Mas o time engrenou e vem com a melhor defesa da Copa do Mundo até aqui. O único gol que levou foi contra. O problema é que a linha de defesa que vai a campo hoje pode ter até três reservas por causa de lesões.
A ver o que a seleção magrebina será capaz de fazer para se tornar a primeira seleção africana a jogar a final de uma Copa do Mundo (já é a primeira a jogar uma semifinal).
Seja qual for o resultado, muita festa (e brigas) ocorrerá na França. 1,5 milhão de marroquinos vivem no país criador do baguete.
Para Marrocos, após a fazer a reconquista da península ibérica ao vencer Portugal nas oitavas e a Espanha nas quartas, agora é chance de mais uma vez acertar as contas com a história e mandar para a casa a seleção do país que fez de seu território um protetorado entre 1912 e 1956.