Opinião: Brasil joga e dança bem
Nessa segunda-feira foi a vez do Brasil elevar seu nível de futebol e mostrar porque chegou como um dos mais cotados ao título.
Em 36 minutos, o jogo já estava 4 a 0, com Vinicius Jr fazendo seu primeiro gol em Copas do Mundo, com Neymar cobrando pênalti daquele jeito e se tornando o terceiro brasileiro a fazer gols em três mundiais diferentes (Pelé fez 58, 62, 66 e 70, Ronaldo fez em 98, 02 e 06), com Richarlysson fazendo mais um golaço e com Paquetá, o primeiro jogador com apelido de ilha a marcar gol pela seleção brasileira.
Desde o fatídico 7 a 1 um jogo de mata-mata não terminava com uma vantagem de 4 gols já no intervalo.
Obviamente a Coreia do Sul não era das seleções mais difíceis, mas não tem como não dizer que foi uma grande atuação inicial do Brasil. A Coréia do Sul foi a responsável por eliminar Gana e Uruguai e vinha de uma vitória sobre Portugal, não era uma seleção qualquer também.
No segundo tempo o professor Tite fez algumas mexidas para poupar jogadores, o que acabou diminuindo o ritmo de jogo. Ainda deu tempo da Coreia do Sul marcar um gol e o goleiro Weverton entrar no lugar do Alisson, fazendo com que agora todos os 26 jogadores convocados tenham jogado alguns minutos.
Nas redes sociais bastante repercussão pelos comentários de Roy Keane, um Felipe Melo irlandês, criticando as danças dos brasileiros na comemoração. Falas típicas de um cintura-dura com pitadas de preconceitos. As comemorações alvo sempre são as de sul-americanos e africanos, o que diz muito sobre quem critica.
Enfim, nada como um jogo após o outro, Depois de dias de incertezas com as lesões de cinco jogadores, entre eles Neymar, e derrota para Camarões, a boa vitória sobre a Coreia do Sul alça o Brasil novamente as favoritas da Copa do Mundo. E pelo que vem jogando a Croácia, rival no próximo embate, o Brasil não deve ter dificuldades para chegar à semifinal.
Vale destacar, no entanto, que desde que ganhou a final de 2002 contra a Alemanha o Brasil nunca mais venceu uma seleção europeia em jogos eliminatórios, derrotas para França em 2006, Holanda em 2010, Alemanha em 2014 e Bélgica em 2018.
A Croácia avançou ás quartas-de-final depois de um jogo bem sonolento contra o Japão. Empate de 1 a 1 no tempo normal que se seguiu na prorrogação. E nem as cobranças de pênaltis conseguiram dar muita emoção. O Japão bateu mal suas cobranças e dos quatro cobrados, três foram defendidos pelo ex-universitário de Relações Internacionais, atualmente goleiro da Croácia, Livakovic.
Nos últimos cinco jogos de mata-mata de Copa do Mundo, a Croácia avançou em três ganhando a disputa de pênaltis.
Sem empolgar ninguém, a Croácia volta a ficar entre as oito seleções. Enfrentará o Brasil pela terceira vez em Copas do Mundo, a primeira numa fase eliminatória. E o time com vários veteranos parece que não terá pernas para parar o Brasil.
O Japão mais uma vez é eliminado nas oitavas-de-final. Mas volta para casa com uma campanha histórica por ter vencido Espanha e Alemanha na fase de grupos.
Pela última rodada das oitavas-de-final, a Espanha entra em campo contra o Marrocos às 12h00. Depois de dois bons jogos iniciais na fase de grupos, o jovem time espanhol precisa retomar o bom futebol para não correr riscos contra a boa seleção marroquina. De um lado a posse de bola da La Roja contra a rapidez dos Leões do Atlas.
Os países são rivais históricos e já rolou muita confusão ali no estreito de Gibraltar. E muita preocupação da polícia espanhola com possíveis brigas durante o jogo. Cerca de 1 milhão de marroquinos moram na Espanha e os ultras, especialmente os de Madrid, prometem não tolerar qualquer comemoração magrebina em suas “áreas”. Por trás disso, obviamente, está uma forte rejeição e intolerância aos imigrantes.
Às 16h00, Portugal tenta vencer uma partida de mata-mata depois de 16 anos, a última vitória foi contra a Inglaterra em 2006. Cristiano Ronaldo se desentendeu com o técnico no último jogo após reclamar de ser substituído e pode começar a partida de hoje no banco. A Suíça, por sua vez, costuma complicar seleções europeias nesse tipo de confronto e não surpreenderia se passasse pelos gajos.
Lucas Fernando é de Ariquemes/RO. Como é santista, até os 17 anos os únicos títulos que tinha comemorado foram os da Seleção Brasileira de Futebol em 94 e 2002. Talvez isso justifique sua paixão por Copas do Mundo. A cada 4 anos para quase tudo para acompanhar os jogos, inclusive aquele Tunísia e Panamá pela última rodada do Grupo do G da Copa de 2018.