Candidata à prefeita em Campo Mourão, Nivalda propõe governo participativo e valorização do servidor

O Jornal Tribuna do Interior inicia nesta terça-feira (29) a publicação de entrevistas já feitas com os três candidatos a prefeito em Campo Mourão, que falaram sobre suas propostas para a cidade. Elas serão publicadas sequencialmente nesta terça e quinta-feira e no sábado na seguinte ordem: Nivalda Sguissardi (PT); Rodrigo Salvadori (Progressistas) e Tauillo Tezelli (Cidadania).

Na entrevista de hoje, Nivalda, que pela primeira vez disputa uma eleição, afirmou que uma das principais propostas de seu grupo político é a defesa de um governo participativo, onde a população tem voz é ouvida. A candidata disputa a prefeitura na chapa denominada “Campo Mourão para todos e todas”, coligada entre PT e PSOL. O grupo lançou 11 candidatos a vereador, 7 homens e 4 mulheres.

Nivalda que tem como candidato a vice-prefeito o professor Evaldo Bertoldi (PSOL), afirma que os servidores públicos municipais precisam ‘urgentemente’ de valorização em Campo Mourão. “Está faltando diálogo e respeito com o servidor que precisa urgentemente de reconhecimento em nosso município”, avaliou.

Segundo ela, a pessoa que procura o bem comum precisa estar envolvida com a política. “Esta é uma das situações que eu acredito. Por isso me coloco à disposição para concorrer a prefeitura de Campo Mourão”, falou a candidata.

Nivalda comentou que seu grupo político vem ouvindo várias demandas da população. “Muitas nem demandam tanto de orçamento e sim mais de vontade política de se fazer. Isso reforça nossa ideia de governo participativo, inserindo a comunidade na administração”, comentou.

A candidata acrescentou que esperamos uma campanha eleitoral tranquila e de propostas. “Não temos a política como profissão, mas sim como vocação, como um desejo de fazer o bem e estar próximos das pessoas”, ressaltou. Leia abaixo a entrevista na íntegra.

Quem é Nivalda Sguissardi?
Estou em Campo Mourão há 32 anos. Estou no segundo mandato como presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Mourão e Região. Tenho uma participação muito ativa às organizações sociais. Minhas maiores participações foram no Conselho Municipal de Saúde e junto à Santa Casa. Tive participação lá inclusive como membro da diretoria na época do falecido Dilmar Daleffe. Além disso, fui atuante no Conselho da Mulher. 
 
Porque você colocou seu nome à disputa?
A pessoa que procura o bem comum precisa estar envolvida com a política. Esta é uma das situações que eu acredito. Por isso me coloco à disposição para concorrer a prefeitura de Campo Mourão. E também o fato de ser mulher. Este é um espaço quase que ocupado tão somente pelos homens e vejo a importância de nós mulheres estarmos nos envolvendo. Temos exemplo aqui em Campo Mourão, de 20 prefeitos que passaram pela nossa cidade, tivemos apenas uma mulher candidata. Outro exemplo é a Câmara de Vereadores, temos 13 cadeiras sendo que só duas são ocupadas por mulheres. Então esta candidatura é também para incentivar que as mulheres estejam participando ativamente da política.
 
É a primeira vez que disputa uma eleição municipal?
Sim. É a primeira vez que estou disputando
 
Quais partidos apoiam hoje sua candidatura e qual o nome da chapa?
A nossa Coligação é “Campo Mourão para todos e todas”. Temos hoje unidos os partidos PSOL e PT. E lançamos 11 candidatos a vereador. São 7 homens e 4 mulheres.
 
Quais as principais propostas para Campo Mourão?
Eu diria que nossa principal proposta é de um governo participativo. Ou seja, trazer a sociedade para discutir Campo Mourão. Até pelo meu histórico e trajetória em Campo Mourão, entendemos que isso se faz muito necessário para a cidade.
 
Como está sendo elaborado seu plano de governo?
Já vínhamos pensando em uma proposta para Campo Mourão desde 2018. Sempre ouvindo especialistas e buscando dados socioeconômicos e também envolvendo a comunidade. Criamos também um site [www.programadegovernopt.com.br/campo-mourao] onde as pessoas podem dar sugestões O que elas querem, e o que esperam do município e de nós que estamos nos colocando à disposição para concorrer às eleições.
 
Na sua opinião, quais os principais problemas hoje em Campo Mourão que mais merecem atenção do poder público?
De imediato poderia dizer que será a situação que o país vai enfrentar pós pandemia e em Campo Mourão não será diferente, que é a questão de emprego e renda. Este já é e será uma das principais preocupações. Em Campo Mourão percebemos várias empresas fechando, pessoas desempregadas. Acredito eu que esta seja a principal preocupação. É o que estamos pensando para Campo Mourão, buscando soluções.
 
Hoje um dos problemas em Campo Mourão é a fila de espera por creches, são quase 800 crianças nessa situação. Como a senhora analisa isso?
É uma das nossas preocupações. A falta de vagas nos Centros de Educação Infantil dificulta a mulher a buscar o trabalho. É um problema que tem que ser resolvido em curto espaço de tempo. Há em Campo Mourão duas creches já em execução, uma desde 2016 que ainda não foi concluída. Então precisamos trabalhar para que isso aconteça em nosso município. Também não basta só ter creche, é preciso ter servidor par atender e que seja de preferência valorizado. 
 
Qual sua avaliação da área da saúde e quais seus projetos?
A saúde sempre vai estar em primeiro plano. Saúde nunca sai de um programa de governo. Acredito que todos os candidatos pensaram, discutiram e elaboraram com as pessoas ações sobre isso. A saúde em primeiro lugar. Já ouvimos muito se falar nisso, mas não se faz isso acontecer. O serviço de saúde precisa de humanização em Campo Mourão com um melhor atendimento, ou seja, maior atenção aos próprios servidores e população.
 
Muito se falou na implantação da Zona Azul na cidade. Uma reivindicação do comércio e de toda a comunidade mourãoense. A licitação iniciou em 2018, mas não saiu do papel até hoje. Como pretende conduzir isso caso seja eleita?
Nós vamos ter que fazer uma boa análise sobre tudo que foi feito até agora. São três anos de uma licitação que nunca saiu do papel. Nós estivemos recentemente assinando um termo de compromisso com o Codecam, onde a Acicam coloca também como demanda a implementação deste projeto. Vamos analisar porque isso ainda não foi implantando e o que foi feito até agora. Mas não podemos pensar só em resolver a Zona Azul. Temos também que dar condições de deslocamento aos trabalhadores e empresários, com transporte público de mais qualidade, implementação de ciclovias, entre outros.
 
Como será seu tratamento com o servidor público caso seja eleita?
Eu venho de uma classe que defendo os trabalhadores. O tratamento com o servidor será de diálogo e respeito no nosso governo. Isso está faltando hoje. A gente tem isso como premissa dentro de nossas propostas. O servidor precisa urgentemente de reconhecimento em Campo Mourão. Outro problema hoje é Previscam. Vamos buscar este problema na origem lá atrás. É um crime hoje você jogar esta responsabilidade nos servidores municipais.  
 
Como a senhora vê essa alternância de poder apenas por dois grupos políticos que vem se perpetuando ao longo dos tempos em Campo Mourão?
É importante a renovação. Pessoas novas com novas ideias e projetos. A gente sabe a responsabilidade de você administrar um município. Hoje Campo Mourão tem mais de 95 mil habitantes. É muito difícil uma pessoa que se perpetua no poder ter uma estrutura. Então que se faça a renovação e que venham novas ideias. Entendo também que todos que vêm trazem proposta sempre para melhorar. E o que estiver de bom vamos dar continuidade e o que não está a gente vai melhorar.
 
Participar de uma disputa política já é um desafio para qualquer candidato. O fato de ser mulher torna o desafio ainda mais difícil?
Sim e muito. Já temos o problema da aceitação. Começa em casa, porque quando a mulher pensa em vir para a política já tem que pensar no filho e na casa. Ela tem que tomar esta decisão. Já o homem não. Ele sabe que alguém vai cuidar. A dificuldade que nós mulheres também encontramos, e falo com experiência, é o assédio. Isso é muito preocupante. E em um governo [federal] que estamos, autoritário, machista e preconceituoso, a mulher se colocando para disputar um cargo normalmente ocupado por homem se enfrenta todo tipo de preconceito.
 
Como será pautada sua campanha eleitoral?
Será pautada pela nossa proposta de orçamento participativo. Uma campanha propositiva, sem ataques. Longe disso. Estamos fazendo a política do voto consciente.
 
Seu vice, o professor Evaldo, será participativo na gestão caso seja eleita? O que espera dele?
Sim. Espero o mesmo que está acontecendo na campanha. Estamos juntos desde quando idealizamos este projeto. Estamos os dois sempre juntos procurando o mesmo objetivo. E é assim que queremos continuar. Estou aprendendo muito com o professor Evaldo e ele fala que aprende muito comigo. E nós dois estamos aprendendo muito com as pessoas.
 
Esta será uma campanha eleitoral diferente de todas as outras por conta da pandemia do Covid-19. Como a senhora vê esta situação e o que espera deste novo modelo de campanha forçado pela pandemia?
Realmente será uma campanha diferente de todas as outras. Dificulta um pouco ao candidato pelo fato de você não estar tão próximo das pessoas. Isso traz um prejuízo. Nem todas as pessoas têm acesso internet e muitas talvez podem não conhecer a proposta de seu candidato por causa dessa dificuldade de acesso aos meios.
 
Caso seja eleita prefeita de Campo Mourão o que a população pode esperar da senhora?
Pode esperar o comprometimento através de um governo participativo ouvindo as pessoas, tendo transparência em todos os seus atos. Pode esperar uma administração para todos. 

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