Consumo de água já aumentou 10% em Campo Mourão

O consumo de água em Campo Mourão aumentou cerca de 10 por cento nas últimas semanas, com a elevação das temperaturas. A vazão do Rio do Campo, com auxílio de quatro poços, garante o abastecimento da cidade sem riscos, por enquanto. Porém, a Sanepar alerta para os cuidados com o desperdício. Dos cinco poços artesianos, um foi desativado por conta da estiagem prolongada  e os quatro em operação a cada dia registram queda de vazão.

A chefe da Sanepar, Araceli Pendiuk, alerta que a apesar da região não ter sido tão afetada com a estiagem como outras do Estado, a população deve usar a água com racionalidade. “Sabemos que com o período de calor o consumo aumenta e enquanto as chuvas não retornarem nos índices considerados normais é preciso usar com moderação”, recomenda.

Dos 24 municípios da microrregião atendidos pela Sanepar, apenas Campo Mourão, Ubiratã e Campina da Lagoa são abastecidos por água de rios. As demais cidades dependem de poços artesianos, perfurados pela Sanepar para alcançar a água do subsolo. Nesse período de estiagem prolongada, o município mais afetado é Goioerê.

“Em Goioerê estamos enfrentando a situação mais crítica. Os poços diminuíram muito a vazão e foram necessárias ações emergenciais para atender a população, mesmo assim com períodos de falta de água”, explicou Araceli. Para tentar amenizar o problema, a Sanepar corre contra o tempo para colocar em operação um poço projetado para funcionar apenas em 2023.

Segundo ela, a Copel já autorizou a instalação da rede elétrica e a previsão é que em duas semanas seja possível começar a funcionar. O poço fica a 5 quilômetros da cidade e será necessário o transporte da água com caminhão-pipa. Outro poço no distrito de Jaracatiá foi aprofundado para ajudar no abastecimento. Porém, para fazer a água chegar na cidade foi preciso importar uma bomba. “A previsão é que em um mês poderá ser plenamente utilizado”, explica Araceli.

Enquanto a água captada pelos poços não é suficiente para abastecer a cidade, a Sanepar tem adotado rodízio no fornecimento. “Mas mesmo com falta d'água a população não está colaborando. O consumo aumentou muito e os poços não estão dando conta. Temos recebido denúncias de pessoas lavando calçadas, carros e enchendo piscinas”, relata.

Planejamento

Recentemente a Sanepar elaborou um planejamento e projetos até 2025 para controle de demanda e produção. “Nesse levantamento é avaliado crescimento da cidade e previsão de obras, como necessidade de perfuração de novos poços ou reservatórios”, comenta.

Para Campo Mourão um dos investimentos previstos é a ampliação da Estação de Tratamento, que fica no Lar Paraná. “No início do próximo ano essa obra deverá ser licitada”, afirma. Com esse investimento, a capacidade atual de tratamento de 200 litros por segundo passará para 300 litros, além dos tratamentos descentralizados em outros bairros.

Com a ampliação, o reservatório que hoje comporta 11 mil metros cúbicos deverá chegar a 18 mil metros. “A cidade vem crescendo, com vários loteamentos e essa já é uma demanda de alguns anos que finalmente vai acontecer. Temos previsão de novos reservatórios e novos poços, como na região da Santa Casa”, acrescenta.