Regional de Saúde reforça estoques de vacina contra meningite na região

A morte de uma adolescente de 15 anos por meningite meningocócica do grupo B (bacteriana), em Campo Mourão, no final de fevereiro, deixou toda a região e autoridades de Saúde em alerta contra a doença. A situação levou a 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão a reforçar os estoques de vacina em toda a região da Comcam. Vale lembrar que a vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é disponibilizada apenas para o grupo C da doença.

O chefe da 11ª Regional, Eurivelton Wagner Siqueira informou que as unidades de saúde de toda a região estão abastecidas com estoques da vacina contra meningite do tipo C o suficiente para atender a demanda necessária. Já tínhamos nos antecipado buscando mais doses de vacina junto a Secretaria Estadual de Saúde antes mesmo de os casos da doença surgirem no Estado, falou.

Segundo ele, foram registrados alguns problemas pontuais de falta de vacina em alguns postos de Campo Mourão, mas os estoques já foram repostos. Todos os 16 postos de saúde de Campo Mourão estão com as doses, afirmou.

De acordo com Siqueira, a 11ª Regional está ‘tomando muito cuidado’ na questão de reposição de vacinas. Solicitamos um reforço para Curitiba e estamos cuidando de todos os nossos municípios. Se houver falta de vacina em algum município é se realmente houver uma grande procura repentina, mas são casos isolados, ressaltou.

Ele lembrou que apesar de a vacina ser o método mais eficaz de prevenção, além da imunização, há vários outros cuidados que podem prevenir a meningite como higiene, ventilação dos ambientes e não compartilhamento de objetos.

Os principais sintomas da doença são dor de cabeça, rigidez da nuca, febre, convulsão e vômito. Nas crianças abaixo de um ano, observa-se choro persistente e inchaço na moleira. Em alguns casos, o paciente pode também apresentar manchas vermelhas na pele (petequias).

NOTA DA SESA

A Secretaria Estadual de Saúde (SESA) divulgou uma nota técnica oficial a todos os municípios relatando a situação do Estado em relação à doença e sobre os cuidados que devem ser tomados. De acordo com os dados, em 2018 foram registrados no Paraná 1.601 casos dos mais variados tipos de meningite, com 108 mortes. Neste ano, são 143 casos com 13 mortes. Os dados são preliminares. A Secretaria da Saúde do Paraná está vigilante e atenta com relação aos casos de meningite que estão ocorrendo no Estado, diz a nota.

VACINAS

No caso de meningite, especificamente, as vacinas que fazem parte do calendário oficial são a Meningo C, a Pneumo 10-Valente, a Haemophilus influenzae e a BCG, que imuniza contra formas graves de tuberculose com possibilidades de evoluírem para meningite. No caso da meningite do tipo B, não tem vacina na rede pública (não faz parte do calendário definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde).

Sobre a vacina Meningo C, o Paraná, assim como outros estados, está recebendo doses em quantidades insuficientes há mais de um ano. A demanda de meningogócica C conjugada é de 88 mil doses/mês e o Ministério envia uma média de 66 mil. Quantia bem abaixo da necessária.

A nova gestão da SESA está em contato com o Ministério para solucionar o problema o mais breve possível, mas ainda não tem uma posição oficial por parte do MS. Para atender a população a Secretaria da Saúde está fazendo um remanejamento entre as Regionais para evitar o desabastecimento.

A MENINGITE

A meningite pode ser causada por uma série de microorganismos – vírus, bactérias, fungos, parasitas, ou até por complicações de outras doenças, entre elas o sarampo e a pneumonia. Daí a grande importância de todas as pessoas estarem com as vacinas em dia, para estarem imunizadas contra meningite de forma direta e indireta.

A maior ocorrência da meningite está entre as causadas por vírus (60%), que costuma ser a forma mais benigna, com boa evolução para cura. Outros 30% são causados por bactérias – existem mais de 200 que podem provocar a doença. Elas ocorrem mais por complicações de outras doenças ou são transmitidas pelo contato entre pessoas. Os 10% restantes são causados por fungos ou protozoários.