Temporais de outubro causaram mais estragos no PR que ciclone-bomba de 2020
Os temporais que castigaram as regiões Sudoeste, Oeste, Noroeste e Norte do Paraná no mês de outubro já causaram, somados, mais danos ao sistema elétrico da Copel do que o ciclone-bomba, evento climático excepcional que atingiu o Leste do Paraná em junho de 2020. Só neste mês já foram quatro fortes tempestades que resultaram em 3.751 postes quebrados e 67,4 mil ocorrências atendidas – número mais de três vezes maior que a média mensal.
Torres de transmissão da Copel e da Eletrosul também vieram ao chão com a força dos ventos, que ultrapassaram 100 km/h em algumas localidades. Todos os eventos registrados neste início de primavera, nos dias 01, 07, 13 e 23 de outubro, atingiram a região Noroeste, causando desligamentos de energia nas áreas urbana e rural, em decorrência de raios, quedas de galhos e árvores sobre a rede, e dos ventos fortes, que em algumas situações, por si só, quebraram e derrubaram postes.
No município de Maringá, apenas o último temporal danificou de 425 postes. Cidades como Floraí, Terra Rica e São Jorge do Ivaí tiveram mais de uma vez suas fontes de alimentação devastadas pela força dos temporais, exigindo um trabalho de reconstrução parcial das redes para possibilitar a regularização dos serviços de energia elétrica. A região de Campo Mourão também foi afetada, principalmente nas cidades de Farol, Goioerê e Moreira Sales.
No dia 13 de outubro, na região próxima a Assis Chateaubriand, no Oeste do Estado, 80 postes foram derrubados pela força dos ventos, exigindo a formação de uma força-tarefa com dezenas de trabalhadores para a reconstrução das redes e o restabelecimento dos serviços aos municípios de Jesuítas e Iracema d´Oeste. Entre Jesuítas e Carajás, nove torres de transmissão de energia caíram. Para atender as ocorrências, mais de 2,2 mil empregados trabalharam em campo, no suporte às equipes e no atendimento ao cliente.
Para enfrentar a ocorrência cada vez mais frequente desses eventos, a Copel tem empregado ações de gestão e de tecnologia. A operação das redes é feita de maneira remota, o que possibilita o apoio às equipes de campo e a automação de boa parte das ações, a partir de uma única central.
Em alguns casos, drones são utilizados para a inspeção e levantamento dos estragos nas redes, agilizando a identificação do tipo de material e estrutura de equipes necessárias para a execução da manutenção. Outra peça-chave nestas ocasiões é o uso de postes de fibra de vidro, que têm menor peso e podem ser transportados para os locais de difícil acesso, onde há, por exemplo, mata fechada, áreas alagadas ou mesmo a travessia de rios.
Como forma de minimizar os impactos dos temporais, as redes construídas pelo programa Paraná Trifásico estão aos poucos deslocando a espinha dorsal do sistema de distribuição nas áreas rurais para pontos com menos vegetação, empregando postes mais robustos e fiação protegida contra o toque de galhos.
E mais uma frente importante de atuação é a construção de subestações e estações de chaves, que aproximam a transformação de tensão dos centros consumidores, principalmente nas cidades menores.