Aumento de furtos de fiações elétricas preocupa prefeitos na região
O aumento de furtos de fiações elétricas em áreas públicas tem preocupado prefeitos na região de Campo Mourão. O tema foi discutido durante uma reunião online entre os gestores, nesta semana. O comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Campo Mourão, tenente coronel Adauto Nascimento Giraldes Almeida, também participou do encontro.
Em Araruna, por exemplo, o prefeito Leandro César de Oliveira (Cidadania), presidente da Comcam, informou um prejuízo de cerca de R$ 10 mil aos cofres públicos provocado pelo furto de cabos elétricos de espaços públicos da cidade. “Já estamos cansados de repor este tipo de material. Nossos servidores consertam os estragos em um dia e no outro os bandidos voltam a cometer o furto”, falou.
Em alguns casos, segundo o prefeito, os ladrões chegam a desenterrar do solo fiações elétricas, causando transtornos à população e prejuízos ao erário. “Me assustei com o valor do prejuízo quando fui informado pela equipe. Uma pena”, ressaltou Oliveira, ao comentar que os bandidos agem na calada da madrugada, o que dificulta a identificação.
Em Farol, o prefeito Oclécio Meneses (PSD), disse que enfrenta o mesmo problema. Segundo ele, os furtos de fiações elétricas de praças públicas e outras instalações acontecem com frequência no município. “Chegam e destroem tudo. E quem paga o pato é a população. Se tem furto é porque tem gente comprando este material”, falou ele.
Os bandidos furtam estes materiais para extrair e vender o cobre no mercado. Além de espaços públicos, construções privadas e empresas vêm sendo frequentemente alvos de crimes desta natureza. Na ocasião, o tenente coronel Giraldes informou que a dificuldade é manter estes marginais na cadeia. Já que o crime é considerado como de ‘baixo potencial’, é questão de dias ou talvez horas para que o ladrão volte às ruas e cometa a mesma infração. “Oitenta por cento dos crimes são cometidos sempre pelas mesmas pessoas”, falou o comandante.
Os furtos de fios elétricos vêm ocorrendo até mesmo contra a Sanepar, empresa de abastecimento de água do Paraná, em toda a região, inclusive em Campo Mourão. Só na cidade de Campina da Lagoa, a empresa já foi alvo dos bandidos por mais de quatro vezes nos últimos dois meses.
Algumas cidades inclusive enfrentam desabastecimento de água interrompido devido a ação dos marginais, que estouram painéis eletrônicos e cortam cabos do sistema para levar o cobre. Já houve situações deles extraírem o metal no próprio local. Geralmente colocam fogo nos cabos, derretendo a camada de plástico que cobre o metal.
“Inadmissível continuarmos aceitando uma barbaridade desta. A Polícia Militar faz o seu trabalho. Vai lá e prende o bandido. Mas poucos dias depois ele está solto, aprontando novamente. Essa lei precisa mudar no Brasil. É a certeza da impunidade que faz com estes ladrões continuem agindo”, desabafou o prefeito de Mamborê Ricardo Radomski (PSD), que também relatou este tipo de ação criminosa na cidade.
Neta semana, a Polícia Militar de Engenheiro Beltrão, atendendo a denúncias anônimas, recuperou uma grande quantidade de fios de cobre furtados de uma cooperativa no município.
O material furtado estava escondido em meio a uma plantação de soja, na zona rural da cidade. Foram recuperados 450 metros de cabos 240 mm e 150 metros na medida 90 mm. A PM encaminhou todo o material apreendido para a Delegacia de Polícia Civil para os devidos procedimentos. Nenhum suspeito foi preso.
Em Campo Mourão, um caso emblemático, envolvendo furtos de fios elétricos, que ganhou repercussão estadual após reportagem deste jornal, envolve até mesmo uma igreja do Lar Paraná, onde o padre, para evitar a ação de ladrões, se viu obrigado a passar graxa no poste. A medida resolveu o problema, pelo menos por enquanto.