Homens caem no “golpe da donzela” em Goioerê e região
O crime de estelionato apelidado de “golpe da donzela” continua fazendo vítimas em Goioerê, Campo Mourão e região. Por vergonha, muitos homens que caem nesse golpe nem registram a ocorrência na Polícia, mas admitem aos amigos que só perceberam depois que depositaram dinheiro para os golpistas. Na semana passada mais um caso foi registrado em Goioerê.
A abordagem segue o modelo que já atraiu tantos outros. Uma “suposta” moça entra em contato pelo Facebook, pede o whatsapp da vítima e continua a conversa no aplicativo, até evoluir para troca de fotos nuas (nudes). Então uma terceira pessoa entra na conversa, se identifica como pai ou parente da garota, afirma que ela é menor de idade e exige dinheiro para não levar ocaso à justiça.
Segundo a imprensa de Goioerê, no caso da semana passada, o golpista pediu R$ 5 mil, quantia que a vítima conseguiu negociar para que baixasse a R$ 1.500,00. Depois de já ter depositado, relatou o fato a alguns amigos, que o orientaram a registrar boletim de ocorrência. O homem, porém, avaliou que não adiantaria. Conforme informações da imprensa, dois boletins de ocorrência foram registrados na delegacia no início deste ano sobre o “golpe da donzela”, cujas vítimas não autorizaram a divulgação.
No ano passado foram vários os relatos de casos ocorridos em toda a região. Os números de telefonemas eram do Rio Grande do Sul, com a foto de uma bela e sedutora jovem. O advogado de Campo Mourão, Silvio Zamora, também recebeu o pedido de amizade pelo Facebook, mas como sabia do golpe, fingiu estar caindo na conversa e gravou tudo no celular. Depois postou um vídeo para orientar os amigos.
“Só no meu escritório atendi cinco casos no ano passado. Dois já tinham depositado, um estava no banco para depositar e dois me procuraram antes de fazer o depósito”, relata Zamora. As vítimas eram moradores de Campo Mourão, Farol e Janiópolis. “É um golpe que está dando muito certo, pois ao pensar que enviou fotos íntimas para uma adolescente a pessoa fica apavorada e faz o que o golpista pede”, frisa Zamora.
Ele lembra que após depositar o dinheiro é praticamente impossível reaver, porque o golpista exclui a conta. “Além disso, muitos depositam e nem sabem que foram vítimas de golpe, pensando que se livraram mesmo de uma encrenca com a justiça”, pondera Zamora.