Policiais são condenados por envolvimento em roubo e lavagem de dinheiro

A Justiça da Comarca de Engenheiro Beltrão condenou três policiais militares, dois da ativa e um aposentado; um policial civil; e outras pessoas acusadas de envolvimento em roubo e lavagem de dinheiro. Eles foram alvos da Operação Bogotá, desencadeada em julho do ano passado. A denúncia foi oferecida à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo de Maringá.

Em julho de 2023 três policiais militares foram presos pelos crimes. Os mandados foram cumpridos em Maringá, Floresta, Engenheiro Beltrão e Itambé. Ná época, segundo o promotor de justiça do Ministério Público do Paraná, Marcelo Alessandro da Silva Gobbato, responsável pelo caso, os condenados usaram a viatura da polícia caracterizada, armas e coletes balísticos no dia do roubo.

Segundo o MP, dois agentes estavam em atividade no 4º Batalhão da Polícia Militar de Maringá. Outro policial, da PRE, está aposentado e recebendo salário. A primeira fase da operação foi em junho de 2023. Foram presos na ocasião, um policial civil e um ex-agente prisional. As prisões foram feitas com apoio das Corregedorias das Polícias Civil e Militar.

Crimes

De acordo com a Promotoria de Justiça, entre os crimes denunciados, estão peculato, roubo majorado, tráfico de drogas, associação para o tráfico, receptação e lavagem de dinheiro. As penas variaram de nove anos de reclusão mais 1.210 dias-multa (equivalente a cerca de R$ 57 mil) a 27 anos, 7 meses e 9 dias de reclusão mais 1.868 dias-multa (aproximadamente R$ 88 mil). Todas as penas deverão ser cumpridas em regime inicial fechado. Além disso, foi decretada a perda dos cargos públicos dos quatro policiais.

As investigações da Operação Bogotá começaram em junho de 2023, após o Gaeco de Maringá receber notícia da prática de roubo de carga, com possível envolvimento dos agentes públicos, inclusive com uso de viatura oficial, armas e coletes balísticos. Os principais suspeitos foram identificados a partir de diligências preliminares.

Em junho do ano passado, houve o primeiro cumprimento de mandados de busca e apreensão com a finalidade de encontrar provas relacionadas aos crimes e identificar os agentes que contribuíram para os delitos. Duas outras fases da operação recolheram mais elementos comprobatórios dos delitos, inclusive demonstração de que havia maconha na carga roubada.

A partir da identificação dos envolvidos, foi possível concluir a investigação e oferecer a denúncia contra os réus, todos presos preventivamente no início da operação. Atualmente, quatro deles permanecem presos e tiveram a prisão mantida, enquanto outros três poderão recorrer em liberdade.