Cidadania 23 expulsa vereador por discurso homofóbico

O Diretório Estadual do Cidadania do Paraná aprovou por unanimidade, na terça-feira (8), o relatório da Comissão de Ética do partido que recomendou a expulsão do vereador Donaldo Seling, do município de Maripá (oeste do Estado), do quadro de filiados da sigla. O motivo foi um discurso do vereador que o partido considera homofóbico. Na sessão do dia 3 de maio, o parlamentar criticou a união homoafetiva entre o ator Paulo Gustavo e Thales Bretas. O ator morreu por complicações da Covid-19.

“Na minha opinião, essa coisa moderna não serve para mim. Não podemos pregar esse tipo de coisa”, disse o vereador que em outro trecho acrescentou: “…não podemos perder o que há no coração de uma mãe, o que há de mais bonito de uma família unida: pai e mãe, não marido com marido ou marida com marida. Não sei como fala essa porcaria, do tanto que odeio isso…”

No parecer sobre o caso, o relator da Comissão de Ética do Cidadania, Wanderley Lopes, afirmou que as declarações do vereador agridem frontalmente o Estatuto do partido. “O comportamento do Sr. Donaldo Seling não coaduna com a posição do Cidadania 23 e seus programas na luta por uma sociedade mais justa, paritária e respeitosa, principalmente das minorias em todas as suas frentes de representação”, disse.

Lopes ainda citou a importância do ator citado pelo vereador. “Paulo Gustavo era um artista, que contribuiu com a sua arte, entrando na casa de milhões de pessoas e levando alegria nessa época de isolamento”, ressaltou.  O relator argumentou que tal atitude, além de criar uma exposição negativa diante da sociedade brasileira, extrapola a função para o qual o vereador foi eleito e principalmente compromete a luta e os programas partidários do Cidadania 23.

“No nosso partido não existe espaço para a intolerância e o ódio”, disse o deputado federal Rubens Bueno. O presidente da Câmara de Maripá, Edio Sartori, também do Cidadania, afirmou que a fala de Donaldo Seling seria analisada e que há a possibilidade da criação de uma Comissão Processante para investigar a conduta do vereador. No entanto, não há um prazo para isso acontecer.