Assassino que matou mulher e jogou corpo em rio, em Peabiru, é condenado a 30 anos de prisão
O assassino da moradora de Peabiru, Rosana Rodrigues da Silva, 38, José Andrade dos Santos, 63 anos, que matou a ex-mulher e ainda jogou o corpo da vítima em um rio, foi condenado a 30 anos e 4 meses de prisão, além de pagamento de 20 dias multa.
O julgamento, que durou cerca de 12 horas, aconteceu nessa segunda-feira (14). Iniciou às 9 horas, sendo concluído após às 22 horas, no Fórum de Justiça da cidade. O condenado foi julgado por júri popular. A sentença foi lida pela juíza Rita Lucimeire Machado Prestes, que conduziu a sessão. O crime ficou para a história da cidade.
Santos foi condenado por feminicídio, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O júri chegou à conclusão que ele assassinou Rosana por motivo torpe mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. A motivação do crime, conforme concluiu o julgamento, foi porque o condenado não aceitava o fim do relacionamento com a ex-mulher. Rosana foi morta por estrangulamento e em seguida teve o corpo jogado em um rio. O intuito do assassino era dar um fim no cadáver da vítima.
“As circunstâncias em que o crime ocorreu são graves, eis que após cometer, o réu ainda instruiu seu filho menor de idade a apresentar uma versão falsa perante a autoridade policial a fim de se eximir da responsabilidade”, destacou a Juíza Rita Prestes.
Como o réu ficou preso durante 1 ano e três meses até o julgamento, ele terá ainda pela frente 29 anos, 3 meses e 17 dias de cadeia. A pena será em regime inicial fechado. A magistrada indeferiu o pedido dos advogados de defesa de o réu recorrer da condenação em liberdade.
O crime gerou comoção na cidade pela forma cruel com que Santos agiu contra a mulher. O caso repercutiu nacionalmente. Durante o julgamento, advogados de defesa do assassino, ainda criticaram a mídia que ela própria já havia julgado o homem transformando ele em um ‘monstro’.
Um dos defensores, inclusive, citou o nome deste jornal, a TRIBUNA, entre os veículos que agiram desta forma. No entanto, todas as informações divulgadas sobre o caso por este jornal foram repassadas por fontes seguras, como por exemplo, de policiais que acompanharam as investigações de perto.
Pedido negado
Os advogados de Santos queriam a retirada da qualificadora de feminicídio, conforme acusação do Ministério Público. Eles alegaram que o homem foi ao encontro da mulher apenas com o intuito de conversar e não matá-la. “Não se pode tentar empurrar a condenação a qualquer custo”, defenderam. No entanto, os argumentos não convenceram os jurados.
A defesa havia requerido ainda ao júri a condenação do réu por homicídio privilegiado, quando o crime é praticado sob o domínio de uma compreensível emoção violenta, compaixão, desespero ou motivo de relevante valor social ou moral, que diminuam sensivelmente a culpa do homicida. Mas a tese dos advogados também não foi aceita.
Arrependido
Durante o julgamento, ao fazer uso da palavra para se defender das acusações, José Andrade dos Santos, afirmou que está arrependido do crime e que se pudesse ‘voltaria atrás’. “Se eu pudesse, voltaria atrás. Mas tenho que pagar pelos meus atos. Arrependido a gente está”, depôs ele, chorando. O condenado disse que não vê o filho, que é menor de idade, desde que foi preso. “Dia e noite eu sonho com aquele menino”, falou.
Ele pediu também perdão à família da vítima. “Eu quero que me perdoe pelo amor de Deus”, frisou, ao comentar, que se alguém pensar em cair no mesmo erro que ele, que ‘nunca faça isso’. “Só pare para refletir um pouco. E ache alguém para conversar. Nestas horas a gente fica sem sentido algum. Não vai sair da minha cabeça nunca mais o que fiz”, alegou, ao comentar que perdeu tudo que tinha na vida. “Perdi meu filho, minha família… perdi tudo”, disse chorando. Porém, em momento algum tocou no nome de Rosana.
Desde que está na cadeia, o autor do crime, disse que passou a ter alguns problemas de saúde. Falou que não está nem saindo sozinho no pátio para tomar sol. Na cadeia, ele disse que passou mal e caiu quebrando o nariz em dois locais.
Crime cruel
Rosana foi assassinada pelo ex-marido em 1º de fevereiro de 2021, após ser estrangulada. Em seguida, ele jogou o corpo da vítima no Rio da Várzea, entre os municípios de Quinta do Sol e Engenheiro Beltrão. No entanto, só foi localizado três dias depois, já no Rio Ivaí, próximo ao município de Floresta, cerca de 30 quilômetros do local em que foi desovado.
O homem tirou a vida de Rosana por ciúmes. Eles estavam separados desde maio de 2020, mas ele não aceitava o fim do relacionamento. Quando foi preso na época, falou à polícia que já tinha pedido a vítima para não arrumar outra pessoa. Informou ainda que o crime foi planejado.
Durante as investigações, a Polícia Civil de Peabiru fez uma reconstituição do crime. No dia que matou a ex-mulher, ele a abordou quando retornava do trabalho, no parque industrial da cidade, em local ermo. Ela estava de bicicleta. Iniciaram uma discussão e o réu então passou a agredir a vítima.
Após matá-la, retornou à sua residência, pegou um lençol e voltou ao local de carro. Enrolou o corpo da mulher no tecido, colocou no veículo e seguiu até a ponte do Rio da Várzea, na rodovia PR-082, entre Quinta do Sol e Engenheiro Beltrão, onde lançou o cadáver sobre as águas.