Bispo tira de paróquia padre que insistiu em promover aglomeração na pandemia
Uma carta assinada pelo bispo Dom Bruno Versari, publicada na página oficial da Paróquia Santo Antônio, de Ubiratã, torna pública a decisão do líder da igreja católica na diocese de afastar o padre Dirceu Sabino, vigário paroquial da comunidade. O motivo seria a desobediência do padre a determinação do bispo para que deixasse de promover aglomeração no período em que havia restrições por conta da pandemia, em 2020.
No documento o bispo relata que conversou em particular com o padre em setembro de 2020, em Campo Mourão. “Na época era necessário evitar encontros e aglomerações, no entanto, o padre Dirceu continuava fazendo aglomerações (…)”, escreveu Dom Bruno.
Em fevereiro de 2021, em uma reunião em Ubiratã, desta vez na presença de testemunhas, o bispo entregou ao padre uma carta recordando que ele não havia cumprido o compromisso assumido. “Alertei das reclamações que tinha ouvido e pedi para observar com cuidado esses fatos. Nesta carta informei que sua permanência em Ubiratã, como vigário paroquial, encerraria em 31 de dezembro de 2021”, completa.
Dom Bruno acrescenta que em nova reunião com os padres em novembro de 2021, ficou decidido que o padre Dirceu entraria em férias no mês de janeiro, com liberdade para encontrar um amigo padre que o acolha para trabalhar juntos. O bispo também sugere que o padre faça um acompanhamento terapêutico em razão do desgaste emocional que está vivendo. “Foi proposto fazer uma reciclagem e um tempo de espiritualidade na casa de acolhida Pietá. Ainda não recebi a resposta, que deve ser por escrito. O que sei é que ele despediu-se da comunidade e está de férias”, continua.
O bispo ainda relata que no mês de dezembro recebeu um grupo de pessoas de Ubiratã em Campo Mourão que entregou um abaixo-assinado em apoio ao padre Dirceu. “Agora estou vendo pessoas colocando na minha boca palavras que eu não disse. Isso não é próprio de quem tem fé”, adverte Dom Bruno, que chama atenção para o papel dele à frente da igreja. “É com espirito fraterno que estou no meio de vocês. Mas nunca podemos nos esquecer que é ao bispo que foi dada a missão de conduzir essa diocese. Procuro fazer o melhor para caminharmos juntos rumo ao reino definitivo”, reforça.
Ao concluir a carta, Dom Bruno argumenta que quando o bispo toma uma decisão ele já rezou por muito tempo e consultou muitas pessoas sobre a situação. “Cabe ao bispo discernir a vontade do Espírito Santo para a diocese a ele confiada. Do contrário seria negar o valor da oração e da graça sacramental da ordenação episcopal”, enfatiza, ao pedir que todos continuem rezando uns pelos outros.