Campina da Lagoa utiliza nova técnica contra mosquito da dengue

A prevenção é a melhor estratégia no combate ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor da Dengue, Zika Vírus e Febre Chikungunya. Por isso, a secretaria de Saúde do município de Campina da Lagoa deu início a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI). O município é o primeiro da região a adotar essa técnica contra a doença. A metodologia é preconizada pelo Ministério da Saúde e Secretaria Estadual da Saúde do Paraná (Sesa-PR).

A saúde colocou em prática a BRI nos imóveis com grande fluxo de pessoas. Ou seja, nessa primeira fase foi aplicado o inseticida em todas as Unidades Básicas de Saúde. A aplicação ocorrerá a cada 90 dias. “Na sequência será ampliada para escolas e hospital municipal”, informou a secretaria da Saúde.

A técnica deverá ser aplicada também em locais com maior presença de focos do mosquito Aedes Aegypti. O trabalho será realizado em imóveis que o proprietário autorizar a aplicação de inseticida de efeito residual por até quatro meses. Algumas paredes do imóvel – onde é mais constante a presença de pessoas, é pulverizada para matar mosquitos Aedes aegypti e outros insetos que pousarem na parede.

Com a chegada das altas temperaturas, a Saúde alerta a população sobre os cuidados com possíveis criadouros de larvas. Uma vez por semana é importante dar uma revisada geral nos possíveis depósitos de água parada (interno e externo). Para se ter ideia, uma tampa de garrafa é suficiente para ser um potencial criadouro.

A metodologia é preconizada pelo Ministério da Saúde e Secretaria Estadual da Saúde do Paraná (Sesa-PR)

Números

Com uma população de 13.888 habitantes, Campina da Lagoa tem 22 notificações de dengue no atual período epidemiológico com início em julho do ano passado, 12 casos prováveis e 4 confirmações. Os dados constam no boletim semanal da Sesa-PR.

Sorotipo três

Com o reaparecimento do sorotipo três (DENV-3) da dengue no ano passado e sua circulação no Paraná, a Sesa reforça sobre os cuidados para evitar a doença. Antes do início de 2024, a última vez que o DENV-3 tinha sido detectado no território paranaense foi em 2016, por isso o alerta, uma vez que a população se encontra suscetível a este sorotipo do vírus.

O vírus da dengue possui quatro sorotipos. Eles pertencem à família Flaviviridae, gênero Flavivirus. Até o momento, são conhecidos quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A infecção por um deles gera imunidade específica para esse sorotipo, mas é possível contrair a doença novamente se a pessoa for picada pelo vetor que estiver contaminado com um sorotipo diferente.

Desde o dia 28 de julho, início do atual período epidemiológico, até agora foram processadas 6.121 amostras para vigilância laboratorial da circulação viral dos quatro sorotipos. Desse total, 104 amostras foram detectáveis para dengue em pacientes residentes no Paraná. As tipificações do sorotipo foram 37 para DENV- 1, 54 para DENV-2, 13 para DENV-3 e nenhuma para DENV-4.

A série histórica do sorotipo viral de dengue é contabilizada desde o ano de 1995. Até 2018 houve a predominância do sorotipo DENV-1, em 2019 e 2020 do sorotipo DENV-2 e a partir de 2021 voltou a prevalecer o sorotipo DENV-1. Já em 2024 foi observada a reintrodução da circulação de DENV-3.

No período epidemiológico 23/24 foram detectados DENV-1, DENV-2 e DENV-3. O DENV-1 teve a maior circulação nos municípios, representando mais de 80% das amostras tipificadas pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen). Atualmente, percebe-se a inversão da circulação viral com o predomínio do sorotipo DENV-2.