Chega a 16, número de municípios em situação de emergência por causa da seca na Comcam
Pelo menos 16 dos 25 municípios da Comcam baixaram decreto de situação de emergência em decorrência dos efeitos da estiagem que causou perdas severas na agricultura e já afeta o abastecimento de água em algumas cidades.
Na região, algumas prefeituras vêm distribuindo água potável à população com caminhões pipas, como é o caso de Iretama e Altamira do Paraná. Poços e minas secaram na zona rural.
A última prefeitura a adotar a medida foi Juranda. A prefeita Leila Amadei (PSD), decretou situação de calamidade hídrica por 180 dias, seis meses, no município. De acordo com o decreto assinado pela prefeita, a estiagem já dura mais de três anos no Paraná. O município teme um colapso no abastecimento de água potável.
Na região, estão em situação de emergência: Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Iretama, Janiópolis, Juranda, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Roncador, e Ubiratã.
Em Quinta do Sol, o prefeito Leonardo Romero (PSD), justificou a medida adotada. “Como prefeito e como produtor tenho andado por todo o município, e tenho deparado com esta situação de calamidade que se encontra nossas lavouras. Não só da cidade, mas de toda região”, lamentou.
Ele acrescentou que o município é essencialmente agrícola e terá a economia abalada pelo cenário. “Nos preocupa muito a situação econômica que iremos enfrentar. Produtor não quer deixar de pagar sua conta. O agro ‘tocou’ o Brasil durante toda a pandemia, agora é hora do Brasil ajudar o agro”, falou.
Em dezembro do ano passado, o Governador Ratinho Junior estendeu a vigência do status de situação de emergência em todo o Paraná devido à estiagem prolongada, que vem agravando a crise hídrica no Estado.
No Paraná, a quebra na safra em função da estiagem chega a 40%, com um prejuízo estimado em R$ 22,5 bilhões, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura. As lavouras mais afetadas são a soja e o milho.
Conforme o órgão, o relatório de 23 de dezembro indicava quebra de 12% na safra da soja, mas um levantamento extra, realizado na primeira semana de janeiro, mostrou que o percentual de quebra subiu para 37,8%. No milho, a perda que era de 13% se acentuou, chegando a 42%.
A safra paranaense de soja, estimada inicialmente em 21 milhões de toneladas, havia caído para 18,4 milhões em dezembro e, no levantamento de janeiro, a produção prevista é de apenas 13 milhões. São 8 milhões de toneladas a menos que serão colhidas, o que resulta num prejuízo financeiro de cerca de R$ 20 bilhões. No milho, o prejuízo deve chegar a R$ 2,5 bilhões. Assim como outras lavouras e pomares, a produção de leite também foi afetada.