Com 193 casos de sífilis neste ano, região promove hoje o Dia “D” contra doença
Com 193 casos confirmados de sífilis confirmados somente neste ano, a região da Comcam promove nesta sexta-feira (18), o Dia D de combate à doença. A ação vai encerrar a semana de mobilização para enfrentamento da doença, iniciada na segunda-feira (14). As atividades estão sendo realizadas em alusão ao Dia Nacional de Combate à Sífilis, comemorado neste sábado (19).
Hoje as unidades de saúde dos 25 municípios da região estarão intensificando durante todo o dia a realização de testes rápidos para detectar a doença, e orientações em geral à população. Na quarta-feira (16), a 11ª Regional realizou um seminário direcionado a profissionais que atuam na Atenção Básica, na Vigilância e nos hospitais e maternidades da região. O objetivo foi atualizar os profissionais da área, com foco na importância do controle da doença.
De acordo com dados da 11ª Regional da Saúde de Campo Mourão, de 2010 a 2019 a região da Comcam registrou 25 casos de sífilis congênita; 609 casos de sífilis adquirida; e 336 casos de sífilis gestante. O ano com maior número é 2017 com 10 confirmações de sífilis congênita, 142 de sífilis adquirida e 71 de sífilis gestante. Neste ano, até o momento foram contabilizados 2 casos de sífilis congênita, 139 (sífilis adquirida); e 52 sífilis gestante).
A sífilis é uma doença milenar que esteve silenciosa há algum tempo, mas a gente está vendo que está voltando com tudo, tanto a sífilis adquirida quanto a sífilis em gestante, e o que é pior, a sífilis congênita, alertou a enfermeira, Marlene Raphaelli Lisot, coordenadora regional de DST/Aids, Hepatites, Tuberculose e Hanseníase da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão.
Ela explicou que entre as infecções sexualmente transmissíveis, a sífilis é uma das principais causas de procura por assistência e serviços de saúde. A infecção por sífilis pode colocar em risco não apenas a saúde do adulto, como também a do bebê, que pode ser contaminado durante a gestação, alertou. O uso de preservativo nas relações sexuais é o meio de prevenção mais eficaz contra a doença. É importante também a realização de testes para detectar a existência da sífilis, disse Marlene.
Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, a sífilis adquirida, que é a diagnosticada em adultos, apresenta alta incidência no Paraná. Em 2018, para cada 100 mil habitantes, aconteceram 88 casos da doença. Para a sífilis em gestantes e para a sífilis congênita, que passa da mãe para o filho, a incidência é calculada de acordo com os nascimentos registrados. Em 2018, a sífilis em gestantes registrou 15 casos para cada mil nascimentos e a sífilis congênita apresentou 5,8 casos para mil nascimentos.
A redução destes índices é uma das diretrizes definidas pela Secretaria e, entre as ações para a meta, estão: ampliação do acesso ao diagnóstico, em especial às gestantes; qualificação do pré-natal, incentivando o tratamento imediato da gestante diagnosticada com sífilis e seus parceiros, e monitoramento das crianças expostas à infecção.
Sífilis
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.
Sintomas
Sífilis primária: ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Sífilis secundária: os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo. Sífilis latente: não aparecem sinais ou sintomas. Sífilis terciária: pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.