Confirmada a 62ª Rota da Fé para dezembro; inscrições abertas

Está confirmada para o dia 11 de dezembro – um domingo – a 62ª edição da Rota da Fé. A saída será da Catedral São José de Campo Mourão com destino ao Salto Boicotó. As inscrições iniciam nesta terça-feira (29). A concentração será a partir das 6h30 na Catedral São José, missa às 7 horas. E em seguida início do trajeto.

O percurso será: Salto Boicoto, passando pela Capela Nossa Senhora de Pilar, comunidade Boa Esperança, trilha de Maria, Gruta Frei Damian até Salto Boicoto. O retorno a Campo Mourão está previsto para às 17 horas. A expectativa é reunir mais de 600 participantes.

De acordo com Ruben Moyano, coordenador do evento, as inscrições custam R$ 45,00 (adulto) e R$ 30,00 (adolescentes). Crianças não pagam, assim como pessoas com algum tipo de deficiência física.

Os interessados poderão fazer a inscrição no Centro Catequético, Santuário Nossa Senhora Aparecida, Paróquia Nossa Senhora do Caravaggio (Lar Paraná), Paróquia Sagrada Família (Cohapar) e Paróquia Santa Cruz. Moyano lembra que o valor da inscrição inclui transporte, água, frutas e almoço. O cardápio será porco no tacho e arroz carreteiro.

Neste ano, apenas duas edições do evento serão realizadas desde o início da pandemia, em 2020. A primeira ocorreu no dia 24 de julho. “A Rota da Fé é um atrativo turístico com intuito de levar os fiéis a terem a oportunidade de caminhar, conversar, conhecer mais pessoas, ter contato com a natureza e visitar os lugares religiosos da Diocese e conhecer suas histórias”, falou Moyano. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected].

Compostela

Moyano lembra que uma rota (da Rota da Fé) de cerca de 100 quilômetros entre Campo Mourão e Fênix passará a ser um trajeto de iniciação para o tradicional Caminho de Santiago de Compostela, que há pelo menos um milênio recebe peregrinos na Espanha.

O convênio para a implantação do chamado Caminho Iniciático de Santiago no Paraná, o primeiro fora da Europa neste formato, foi assinado no último dia 18, pelo governador do Paraná. Além de Moyano, participaram do ato da assinatura, o bispo da Diocese de Campo Mourão, Dom Bruno Versari; o presidente da Associação Internacional de Cooperação Turística (Asicotur) e chanceler da Ordem de Santiago de Compostela, Alejandro Carballo; o diretor-presidente da Paraná Turismo, Irapuan Cortes e a presidente da Agência de Desenvolvimento de Turismo Regional Sustentável (Adeturs), Deviane Pereira de Paz.

A escolha do trajeto, que passará também por Corumbataí do Sul e Barbosa Ferraz, não foi por acaso. A região abrigou um povoado jesuíta e indígena no século XV, e no local onde a rota termina, em Fênix, ainda se encontram ruínas de construções jesuíticas. Além disso, a Diocese de Campo Mourão foi pioneira na implantação de caminhos religiosos, com a criação da Rota da Fé, que já conta com 60 itinerários na região.

O Caminho de Santiago

Com diferentes rotas que atravessam a Espanha até chegar à cidade de Santiago de Compostela, na região da Galícia – onde ficam as relíquias do apóstolo Santiago Maior –, o Caminho de Santiago recebe milhares de peregrinos todos os anos. Entre janeiro e setembro deste ano, mais de 370 mil fiéis foram certificados por fazer o percurso, mas a estimativa é que o número de turistas seja quatro vezes maior.

A expectativa do Paraná com o Caminho Iniciático também é alta. A partir deste acordo, Estado e municípios, juntamente com a iniciativa privada, têm um prazo de quatro anos para consolidar a rota, que precisa contar com sinalização-padrão e cumprir com outros requisitos exigidos pela Asicotur. O primeiro passo é a criação de um plano-diretor para organizar o que será feito para a implantação. Essa rota não será incorporada ao caminho original.

A expectativa é que o novo trajeto do turismo religioso se encontra com outra rota que tem grande potencial turístico no Paraná, o Caminho do Peabiru. A trilha histórica, que era utilizada por indígenas que se deslocavam entre o Oceano Atlântico e a Cordilheira dos Andes, está sendo retomada em um projeto que tem a participação do Governo do Estado.

Em Fênix, outro pedaço da história se junta, com o resgate do antigo povoado jesuíta, que era chamado de Vila Rica do Espírito Santo. “É um pequeno caminho, mas que abre um potencial enorme por ser perto de Foz do Iguaçu e de outros roteiros do turismo internacional”, ressaltou o padre Gaspar Gonçalves da Silva, assessor do Turismo Religioso e Sustentável da Diocese de Campo Mourão.