Criminosos invadem sistema da Caixa e desviam R$ 750 mil das contas da prefeitura de Roncador

O município de Roncador teve o valor de R$ 750 mil desviado das contas da prefeitura por criminosos que invadiram o sistema da Caixa Econômica Federal realizando transferências ilegais. Uma parte do valor já foi bloqueada e a outra recuperada, restando ainda mais de R$ 400 mil a serem restituídos aos cofres da cidade. O crime aconteceu no fim de março, mas só veio a público esta semana, após medidas já adotadas pela gestão municipal no sentido de recuperar os recursos públicos.

O prefeito da cidade, Vivaldo Lessa (DEM), informou que o município identificou oito transações, sendo sete no valor de R$ 100 mil e uma de R$ 50 mil pelos bandidos, todas para contas jurídicas. O dinheiro foi transferido para contas do Santander e Iatú, localizadas nas as cidades Joinville (SC), Santos (SP), Paraipaba (CE), Fortaleza (CE), Parnamirin (RN) e Brasília, no Distrito Federal.

“No dia 29 de março [de 2023], o município foi contactado por funcionário da Caixa Econômica Federal de Campo Mourão, o qual indagava se, naquele momento, a prefeitura estaria realizando algum pagamento a fornecedor, tendo sido respondido prontamente que não, encerrando-se a ligação. Passados alguns minutos, novamente a Caixa entrou em contato com a prefeitura, informando que na conta corrente do município estariam ocorrendo movimentações atípicas, razão pela qual a conta 246-0 foi imediatamente bloqueada”, informou o município em nota à imprensa.

Segundo Lessa, após o ocorrido, foi registrado um boletim de ocorrência e solicitado a ação da Polícia Civil para que o banco ‘agisse na tentativa de bloqueio dos valores debitados’. De acordo com a prefeitura, os números de CNPJ informados pela Caixa, aponta que o dinheiro foi transferido para seis contas de empresas enquadradas como Microempreendedor Individual (MEI), em diversos ramos, como Serviços de Organização de Feiras e Congressos, construção civil, comércio varejista de bijuterias e artesanatos, comércio de artigos de vestuário e acessórios, lanchonetes, casa de chá, sucos e similares, serviços de lavagem, lubrificação e polimento de veículos e atividades de sonorização e de iluminação.

A prefeitura informou que as movimentações foram realizadas pelos criminosos através do sistema VAN PAGFOR (nova plataforma da Caixa), sistema ‘nunca’ utilizado pelo município, desde sua implantação, em agosto de 2022. “No dia 30 de março [2023], o município se reuniu com representantes da Caixa em Campo Mourão, solicitando via ofício, as primeiras informações acerca dos fatos. Ainda, ao longo dos últimos 30 dias foram enviados oito requerimentos de informações junto à Caixa, desde informações técnicas de acesso (LOG, IP das máquinas e meio utilizado), de valores bloqueados no destino, bem como da estimativa do ressarcimento integral do valor extraído da conta do município”, informou o município.

Conforme a prefeitura, de acordo com informado pelo banco, houve tempo de realizar o bloqueio no destino, de pelo menos R$ 328 mil, sendo que já foi estornado para a conta do município e valor de R$ 250 mil, permanecendo bloqueado. Ainda o valor de R$ 78 mil deverá ser recuperado nos próximos dias, não havendo previsão, quanto ao ressarcimento do valor de R$ 422 mil.

Lessa informa ainda que no último dia 29 de março o município instaurou processo administrativo interno para apurar o caso. “Também já foram comunicadas as delegacias de Polícia Civil da Comarca de Iretama e da Polícia Federal de Cascavel, responsáveis pela investigação da fraude. Há notícias de que a fraude sofrida pelo município de Roncador, também foi perpetrada em pelo menos 10 municípios na região, sendo que todos possuem conta na Caixa”, informou o gestor.

Segundo ele, a partir do momento em que o município obtiver oficialmente pronunciamento da Caixa acerca do ressarcimento dos valores desviados informará quais medidas futuras serão adotadas para recuperação do valor residual de R$ 422 mil. Ainda conforme o município, as medidas administrativas já tomadas pela prefeitura estão sendo mantidas em sigilo, para que as investigações internas do banco não sejam prejudicadas.

Contas para onde os valores desviados foram destinados pelos criminosos