Ex-presidente de Câmara de Vereadores é preso acusado de comandar esquema criminoso

Uma operação desencadeada pela Polícia Civil em Campina da Lagoa terminou com a prisão do ex-presidente da Câmara Municipal de Vereadores da cidade, identificado pelas iniciais M.F.C., 53 anos. O ex-vereador é acusado de ser o mentor de um esquema de fraudes contra empresas de seguro residencial no município.

A prisão aconteceu na quinta-feira (13), na área central da cidade. A Polícia estima que o grupo tenha causado prejuízos de mais de R$ 300 mil a várias seguradoras. De acordo com as investigações, entre os anos de 2011 e 2019 o grupo criminoso celebrou diversos contratos de seguro residencial com empresas seguradoras. O objetivo era receber indenizações por parte de todos os contratos, de forma simultânea, apresentando o mesmo tipo de sinistro.

Segundo a polícia, em praticamente todos os casos o grupo criminoso fazia declarações falsas sobre a inexistência de outras apólices, viabilizando o recebimento redobrado de indenizações. Para dificultar o cruzamento de dados, os suspeitos celebravam os contratos utilizando nomes e endereços distintos, porém os bens objetos dos sinistros eram sempre os mesmos.

Conforme apontam as investigações, a modalidade criminosa ficou facilitada porque a maioria do grupo era composta por integrantes de uma mesma família. Posteriormente, outras pessoas acabaram sendo captadas pelo chefe da organização criminosa para continuar o esquema fraudulento. Em algumas ocasiões o mentor do golpe chegou a celebrar apólices de seguro residencial utilizando-se de dados de terceiros, que sequer tinham ciência dos contratos.

Os envolvidos foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, estelionato e falsidade ideológica.

Fraude no INSS
O ex-vereador preso nesta semana, já foi preso também em novembro de 2006, acusado de participar de uma quadrilha que aplicava golpes em beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

As vítimas eram pessoas idosas ou analfabetas, que, depois de receberem seus benefícios, eram persuadidas a entregar entre 90% e 100% do valor como pagamento pelo suposto gasto que a quadrilha havia tido com o processo. Os benefícios variavam entre R$ 5 mil e R$ 30 mil.

A denúncia foi feita na época pela Promotoria de Justiça de Campina da Lagoa. Cerca de 40 policiais militares de três cidades da região ajudaram a Polícia Civil na operação. Além do ex-presidente da Câmara, outras sete pessoas, entre elas outro ex-vereador da cidade, foi preso na ocasião. Todos foram denunciados por crime de extorsão, estelionato, coação no curso do processo, constrangimento ilegal e formação de quadrilha.