IAT realiza curso de gestão e manejo de espécies exóticas invasoras em Fênix
Nessa quinta (3) e sexta-feira (4), das 8 às 17 horas, cerca de 20 gestores municipais e estaduais que atuam em Unidades de Conservação (UCs) de diversas cidades do Paraná estão participando de um curso prático de “Espécies Exóticas Invasoras” no Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo, em Fênix.
A formação é promovida pelo Instituto Água e Terra (IAT), por meio da Gerência de Biodiversidade da Diretoria do Patrimônio Natural (DIPAN) em conjunto com a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (SEDEST), sendo que o curso teórico-prático é ministrado pelo Instituto Hórus.
A iniciativa visa promover a capacitação técnica desses profissionais sobre identificação, detecção precoce, prevenção, manejo, controle e monitoramento dessas espécies nos ambientes naturais. Consequentemente, também já está sendo feita a limpeza da área, com a extração de árvores como cinamomo (Melia azedarach L.), trapoeraba roxa (Tradescantia zebrina Heynh. ex Bosse), ameixa-amarela (Eriobotrya japônica), manga (Mangifera indica L.), goiabeira (Psidium guajava L.), uva-do-japão (Hovenia dulcis Thunb.), amoreira (Morus nigra L.) e dracena (Dracaena fragrans).
A UC de Fênix foi uma das cinco selecionadas para receber esse curso, considerando a infraestrutura, a presença de espécies exóticas invasoras e a possibilidade de inclusão de participantes de diferentes regiões do estado. No município, além de participantes locais, há outros das cidades de Campo Mourão, Janiópolis, Goioerê, Roncador, Araruna, Moreira Sales, São Pedro do Ivaí, Ivaiporã e Sabáudia. Além disso, estão acompanhando a atividade mais duas pessoas da equipe do IAT para organização e logística.
Durante as aulas, os participantes estão tendo a oportunidade de aprender mais sobre os métodos mais adequados e atuais para o manejo e controle dessas espécies nos ambientes naturais. O Instituto destaca que o corte das árvores exóticas invasoras, por exemplo, traz benefícios significativos para o meio ambiente, tanto a médio quanto a longo prazo.
Ameaça à biodiversidade
A ministrante do curso, Silvia Ziller, engenheira florestal e fundadora do Instituto Hórus, explica que as espécies exóticas invasoras podem ser plantas, animais e outros organismos vivos introduzidos de outras partes do Brasil ou do mundo e que, portanto, não são nativas no ecossistema das UCs.
“Essas espécies podem causar vários tipos de impactos, por exemplo, se são plantas, podem ter um consumo elevado de água, então, ressecar o solo, esgotar o lençol freático, ou podem fazer alterações químicas no solo, de modo que criam problemas de adaptação para espécies nativas. Se são animais, eles podem predar outras espécies nativas ou competir por espaço, alimento ou mesmo por espaço de reprodução”, elucida a especialista.
Silvia destaca que, além dos profissionais que atuam na área, toda a sociedade pode colaborar para o controle dessas espécies invasoras. “A população, de modo geral, também pode contribuir com esse tema no sentido especialmente de fazer uma boa escolha de plantas ornamentais, que não sejam exóticas invasoras, e também de cuidar muito de seus animais de estimação, de não os abandonar, o que na verdade é crime, mas também de não permitir que os animais domésticos tenham acesso a áreas naturais, porque eles são vetores de doenças para a fauna nativa”, pontua.
O curso
O curso de Espécies Exóticas Invasoras é parte do projeto Pró-Espécies no âmbito do Plano de Ação Territorial (PAT) Caminho das Tropas Paraná-São Paulo. A parte teórica da formação foi realizada no mês de agosto deste ano, de forma on-line, envolvendo cerca de 100 participantes do Paraná.
Para a etapa prática, além da UC em Fênix, o curso já foi realizado no Parque Estadual Vitório Piassa, em Pato Branco, e no Parque Estadual de Amaporã. No próximo mês, outras unidades também receberão a intervenção por meio da formação, sendo o Horto Florestal de Jacarezinho e o Parque Estadual do Guartelá, em Tibagi.