IDR/Emater faz entrega de adubo a sericicultores de Luiziana

O Instituto do Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), núcleo de Campo Mourão, fez nesta semana a entrega de adubo formulado a 20 sericicultores (produtores de bicho da seda) do município de Luiziana. Cada um recebeu um saco de 50 quilos por hectare de amora cultivada.

A engenheiro agrônoma do IDR- Paraná, Laura Helena Goulart da Silva, que atua no município de Luiziana, comentou que a atividade é bastante importante economicamente ao município, principalmente aos agricultores familiares.

Para se ter ideia, na Comcam, a seda está presente em 16 municípios com 161 barracões construídos e 170 sericicultores/produtores. A produção média é de 182.967 quilos anuais de casulos em uma área de 312 hectares com rendimento de 587 quilos/há de casulo. Em Luiziana, funcionam atualmente 20 barracões. A cidade tem 20 sericicultores e uma produção de 22.153 quilos de casulos e uma área de 32 hectares, rendimento médio de 693 quilos/há. O Paraná concentra 84,6% da produção de seda do Brasil, o Noroeste é responsável por 61% deste montante.

De acordo com o IDR, a criação do bicho da seda foi introduzida em Luiziana em 1995 pelos técnicos Clóvis e Laura, da antiga Emater. Os primeiros contatos com a sericicultura aconteceram por meio de excursão de produtores a outros municípios que já exploravam a atividade.

O objetivo era levar ao município novas alternativas de renda aos agricultores que tinham como exploração na época as culturas do algodão, café e pecuária de leite. Na época, estas atividades vinham passando por uma crise devido a sua desvalorização, perdas pelo clima como geada e estiagem, além de doenças, pragas, e falta de mão-de-obra.

“Diante destes problemas, viu-se, na sericicultura a atividade adequada para substituir estas culturas que estavam em extinção no município. Após reuniões, excursões e conhecimento da criação do bicho da seda, um grupo de 10 produtores foi organizado pela Emater para iniciar na atividade. Destes, dez agricultores só sei compraram a ideia e iniciaram na atividade da seda (Noé de Oliveira e sua esposa Iracema de Oliveira, Aristeu e Joel Perteline (in momoriam) Sebastião Filomeno (in momoriam), Elizeu Diniz Medeiros e Doraci José Nogueira”, informou o chefe regional do IDR, Jairo de Quadros.

Der acordo com os registros, no início, o grupo passou por várias dificuldades, como aquisição das primeiras mudas de amoreira, comercialização de casulos na indústria de fiação da Bratac em Londrina, assistência técnica limitada, entre outras.

Nos anos seguintes, várias iniciativas foram realizadas e conquistadas. Entre elas a criação da APESOL em 1995 (Associação dos Produtores de Seda Organizado de Luiziana). “No auge da atividade, chegamos ter mais de 50 produtores, atualmente são 20”, lembrou Quadros, ao ressaltar que o sucesso da atividade foi graças a parceria entre o município, IDR, indústria e os produtores.

No PR

A Sericicultura é uma importante atividade produtiva para o Estado do Paraná, sendo um bom negócio para agricultura familiar. Entra como uma oportunidade de diversificação na pequena propriedade, com geração de renda mensal durante nove meses do ano. Portanto é uma atividade economicamente viável e ambientalmente correta, sem uso de agrotóxico, protegendo o ambiente, distribuindo renda localmente e possibilitando a permanência da família no campo com qualidade de vida e com alta densidade de renda, trazendo grandes benefícios em incremento de Valor Bruto de Produção (VBP) aos municípios e consequentemente na maior participação da Cota Parte do ICMS.