Infestação de escorpião amarelo preocupa Saúde em Quinta do Sol
A infestação de escorpião amarelo está deixando a Saúde de Quinta do Sol em alerta e vem gerando preocupação no município. Para evitar a proliferação do animal, a Vigilância Sanitária da cidade vem fazendo a busca ativa em várias localidades consideradas pontos críticos.
O agente sanitário do município, Carlos Alberto Guimarães, informou que no quarteirão entre as ruas Plutão e Saturno, por exemplo, somente em uma residência, os agentes encontraram cerca de 100 escorpiões. Até mesmo as equipes ficaram surpresas com a grande quantidade encontrada desses bichos no local.
“A população tem que manter os quintais limpos, retirando entulhos, restos de obras para que estes bichos não se alojem e procriem. A secretaria de Saúde vem sempre fazendo o controle com busca ativa, mas a população tem que colaborar”, pediu o agente, ao alertar que o escorpião amarelo é venenoso e que sua picada pode levar a pessoa à morte. “Uma picada pode ser fatal”, advertiu.
Guimarães informou que os agentes têm encontrado estes animais também em alguns pontos da área central da cidade. “Algumas pessoas costumam utilizar inseticida achando que vai matar o escorpião, mas não adianta porque ele vai estar escondido embaixo de entulhos. O inseticida pode levar o bicho a procurar outro local, se deslocando de uma residência a outra”, informou.
O prefeito da cidade, Leonardo Romero (PSD), demonstrou preocupação com a situação, considerando o perigo que o animal oferece aos humanos. “A Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde começou uma campanha de alerta à população e orientação sobre os riscos da presença, na cidade, do escorpião amarelo. Registros deste bichos já foram feitos em vários pontos. Os aracnídeos dessa espécie podem trazer sérios riscos aos humanos e em alguns casos mais graves pode levar à morte”, preocupou-se o gestor, ao cobrar a colaboração da população com a limpeza de seus quintais.
A infestação de escorpiões aumenta em ambientes úmidos e quentes. Geralmente esses animais são encontrados no esgoto e em entulhos. “As equipes da Secretaria de Saúde, Vigilância Sanitária e Controle de Vetores estão acompanhando as notificações e estão em alerta para o problema”, ressaltou o prefeito.
Para evitar a entrada de animais peçonhentos em casa e acidentes com esses animais, a recomendação é usar telas em ralos, pias e tanques e vedar as frestas das paredes e colocar soleiras nas portas; é importante afastar camas e berços da parede e, antes de colocar o calçado, verificar se não há nada dentro; na área externa, jardins e quintais devem ficar limpos e livres de entulho; colocar rotineiramente o lixo para fora, bem vedado em lixos plásticos ajuda a evitar as baratas, que servem de alimento pros escorpiões e podem atrair esses insetos.
Em relação ao uso de inseticidas, o próprio Ministério da Saúde orienta que eles são ineficientes contra escorpiões. Em caso de picada, a orientação é lavar o local com água e sabão e procurar imediatamente atendimento médico.
Escorpião amarelo
O escorpião amarelo é uma espécie não nativa. Foi introduzida no Paraná antes dos anos 90 por meio do transporte passivo destes animais, que se escondem em vãos de lenhas, tábuas e outros materiais, e assim são levados para outros municípios, estados ou até países.
Em 2022, foram registrados mais de 3 mil acidentes no Estado envolvendo escorpiões. No caso desta espécie, há dois fatores que contribuem para uma infestação. Trata-se de um animal com grande capacidade de adaptação aos ambientes alterados pelo homem, em especial o ambiente urbano. Isso favorece para que ele se reproduza de forma mais eficaz.
Além disso, o escorpião amarelo não precisa de um casal de animais para se reproduzir, bastando uma fêmea para gerar filhotes (reprodução por partenogênese). Cada filhote que nasce, quando instalado em um ambiente favorável, vai crescer e gerar novos filhotes quando tiver em torno dos nove meses de vida. Com isso, acontece um processo de infestação de forma rápida, pois o escorpião é capaz de gerar de duas a quatro crias por ano, com 20 filhotes em média, podendo ter mais de 80 filhotes em um ano, de uma única fêmea.