Inicia o vazio sanitário da soja na região

Teve início nessa quinta-feira (10), o período do vazio sanitário da soja, que vai até 10 de setembro. Nesse período, fica proibido cultivar, manter ou permitir a presença de plantas vivas de soja em qualquer estágio vegetativo. Fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) de Campo Mourão, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, intensificarão as fiscalizações às propriedades rurais da Comcam. O alerta aos produtores é que cumpram a legislação. 

A orientação é que seja intensificado o monitoramento das lavouras, inclusive para eliminação da soja tiguera. Caso constatada a presença de plantas vivas de soja em propriedades, o responsável poderá ser penalizado à multa que varia de R$ 4,8 mil a R$ 9,6 mil. O valor pode ser aumentando em caso de agravantes, como reincidência, por exemplo. Além de multa, os produtores estão sujeitos a outras sanções como: proibição do comércio de sua produção, interdição da propriedade e ainda vedação do crédito rural. 

“O produtor rural já sabe de sua obrigação. Ele está habituado ao vazio sanitário”, alerta o engenheiro agrônomo, José Alcir de Oliveira, fiscal da Adapar. Segundo ele, o produtor tem que ter ciência de que se ele desrespeitar a norma estará prejudicando ele mesmo e seus vizinhos, oportunizando a proliferação da ferrugem asiática.  Segundo o fiscal, em algumas situações de descumprimento, próprios produtores denunciam casos a Adapar. O objetivo é reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática durante a entressafra e, consequentemente, atrasar a ocorrência da doença na próxima safra.

A medida considera a importância econômica da cultura da soja no Paraná e os prejuízos causados pela ferrugem asiática. Por isso, medidas sanitárias são adotadas pelo sistema oficial de Defesa Sanitária Vegetal de forma efetiva e constante.  “A prática do vazio sanitário beneficia o produtor, que terá o aparecimento dos primeiros focos da doença cada vez mais tarde, e dessa forma necessitará de menos aplicações de fungicidas para o controle da ferrugem”, explica o gerente de Sanidade Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Renato Rezende Young Blood.

No Paraná, a Portaria Adapar nº 342/2019 de 05/11/2019 estabelece o período do vazio sanitário e outras providências, entre elas a proibição do plantio de soja sobre soja na mesma área e mesmo ano agrícola e determina que a colheita e a interrupção do ciclo da cultura ocorram até o dia 15 de maio de cada ano.

A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakospora pachyrhizi. Devido à severidade do ataque, disseminação, custos de controle e o potencial de redução de produtividade da lavoura, que pode chegar a 90%, é considerada a principal doença da soja. As ações de fiscalização pela Adapar continuam mesmo durante a pandemia da Covid-19, pois as pragas permanecem ativas e a agricultura segue o calendário normal de plantio, manejos fitossanitários e colheita.