Luiziana celebra 34 anos de emancipação neste sábado
Luiziana comemora 34 anos de emancipação político-administrativa neste sábado (25). A cidade tem pouco mais de 7,2 mil habitantes. Por conta de restrições impostas pela pandemia da Covid-19, a prefeitura não realizará programação festiva. Em anos ‘normais’, nesta época o município serviria o seu prato típico, o “Boi na Brasa”.
A prefeitura celebrará o aniversário apenas com uma missa de ação de graças neste sábado, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, que marcará a passagem do aniversário da cidade. O prefeito do município, Wilson Tureck (PSD), lamentou o fato de o município não poder festejar.
“Em primeiro lugar a vida. Ainda estamos vivendo um momento de luto pelos moradores que perdemos para a Covid-19. Desde o ano passado estamos vivendo uma situação bastante fora do normal em que deixamos de fazer muitas coisas por causa da pandemia. O momento é de reflexão e de se cuidar”, frisou. “Ano que vem, se Deus quiser, com esta pandemia acabando vamos fazer uma festa”, emendou.
O prefeito destacou a evolução da cidade nos últimos anos. Segundo ele, foram importantes avanços na infraestrutura do município. “Nos anos 80 não tínhamos um palmo de asfalto nem galerias pluviais. Naquela época Nelson [Tureck] era vereador pelo distrito de Campo Mourão, quando conseguiu emancipar a cidade”, lembrou, ao destacar a participação dos pioneiros que contribuíram para o progresso da cidade.
Tureck pediu à população que continue se cuidando contra a Covid-19. “Eu graças a Deus não peguei essa doença, mas sabemos que do mesmo jeito que ela pode ser leve para alguns pode ser fatal para outros. O melhor é se cuidar e continuar com as medidas de prevenção para vencermos esta pandemia o quanto antes”, falou.
História da cidade
Registros históricos informam que Luiziana foi elevada à categoria de município no dia 25 de setembro de 1987. O decreto foi assinado pelo então Governador do Paraná Álvaro Dias. Em meados do século XX, formou-se, por iniciativa governamental, um loteamento agrícola com variações de 10 a 300 alqueires em uma gleba.
Conforme relato, por volta de 1912, algumas famílias vindas do sul do Paraná e do estado do Rio Grande do Sul, instalaram-se na localidade formando o povoamento, a maioria era posseiros. No início os moradores enfrentaram grandes dificuldades, principalmente por falta de estradas.
Em 1952, com a chegada de outras famílias e a necessidade de adequação face ao crescimento do povoado, foi feita a divisão dos lotes agrícolas, o loteamento elaborado pela prefeitura de Campo Mourão, com os posseiros aos poucos eliminados, iniciando um traçado urbano. Em 21 de setembro de 1965 Luiziana tornou-se distrito de Campo Mourão. O município tem como fundador Adaucto da Silva Rocha, que deu o nome à cidade em homenagem a Luiza e Maria Luiza, respectivamente sua mãe e filha.
Luiziana possui sete distritos: Valinhos, Campina do Amoral, Klabin, Ponte Branca, Cava Funda, Bairro dos Inácios e Serra Molhada. O município tem uma área territorial de 36 mil alqueires, o equivalente a 906 km², sendo a maior cidade da Comcam em extensão territorial.
O município possui também o maior número de Reserva Particulares do Patrimônio Natural, totalizando 16. Estas reservas constituem-se em áreas particulares e são numeradas por um programa do Governo do Estado do Paraná que visa à manutenção de florestas originais em todo o Paraná.
O município mantém em conjunto com Campo Mourão o Parque Estadual Lago Azul, que tem como afluentes na sua grande maioria rios que provêm de Luiziana, além da expansão das águas que represaram na Usina dentro do seu território. Ainda conta com uma porção relativamente grande nas terras que fazem parte da área de preservação do parque.
Histórias de fé milagres também fazem parte de Luiziana
Histórias de fé também marcam o município de Luiziana. Após a cura de um câncer, uma família da cidade construiu uma Gruta de Santa Paulina. Segundo relatos, a cura de um câncer em Leonor Tasca, matriarca da família, foi o que motivou a construção do espaço, que se tornou ponto turístico da cidade.
A iniciativa partiu do filho Nilton Tasca, após pedir a intercessão de Santa Paulina pela cura da doença. O câncer no pâncreas de dona Leonor foi diagnosticado em 2004. Após vários exames e consultas em Campo Mourão e Curitiba, os médicos decidiram por uma cirurgia. A família começou a juntar dinheiro para as despesas, quando Nilton decidiu apelar para a fé. A família atribui a cura de Leonor à Santa Madre Paulina.
Desde então, a devoção à Santa só aumentou na família Tasca e em forma de agradecimento Nilton construiu na varanda de sua casa uma gruta em honra à primeira santa brasileira. O local é muito visitado por devotos de Campo Mourão e região. Toda última segunda-feira de cada mês é realizada na gruta uma celebração especial à Santa Paulina. O encontro, que começou em família hoje, já atrai várias pessoas.
Sant’Ana
Outra Santa que ganhou destaque em Luiziana é Sant’Ana. Existe inclusive no município, na comunidade de Campina do Amoral, a Água da Fonte “Santa Ana”. Visitada por pessoas de todo o Brasil, o local se tornou um ponto turístico religioso do município.
Segundo relatos de Olga Costin, filha de Leonor Walter Costin pioneira da Comunidade de Campina do Amoral, há muitos anos, durante a Guerra do Paraguai, soldados acampavam na localidade onde hoje fica o distrito de Campina do Amoral. Diz a história que alguns homens doentes e machucados presenciaram a aparição de um profeta com o nome de São João Maria, que abençoou um olho d’água e que da fonte, muitos foram curados.
Conta-se também que o profeta São João Maria permaneceu no local por muitos dias com os soldados e usava a água como remédio. Com isso várias pessoas passaram a fazer promessas para receber a cura. A primeira aparição do profeta teria sido registrada em 1954. Um casal sempre fazia oração no local, quando em um determinado dia viu uma coroa de flores e a água ficou na cor de sangue. Outras pessoas também teriam presenciado alguns sinais, como a imagem de uma santa.
Na época, os pais de Paulina Kaiser, proprietária do local, sonharam que a santa que apareceu na fonte era Santa Ana. Então, Paulina e seu esposo foram até Aparecida do Norte e trouxeram a imagem da Santa e colocaram no local. Através da fonte de Santa Ana, outro milagre teria acontecido. Luiza Ferri Alessi sobreviveu a um grave acidente, após sua mãe prometer a Santa Ana que se a filha sobrevivesse, ela faria uma gruta no local, tendo a graça alcançada.
Várias outras graças atribuídas à Santa foram registradas na comunidade, como curas de dores de cabeça, coluna, hemorragia, crianças sendo curadas de doenças, entre outras. Com o passar dos anos, testemunhas de milagres e pessoas que tiveram a graça alcançada passaram a deixar fotografias, roupas, muletas e objetos pessoais na gruta como prova de que foram curadas.