“Não vamos brincar em trabalho”, diz Same Saab, prefeito eleito em Iretama 

Após 16 anos, o pecuarista Same Saab (PSD) voltará a administrar o município de Iretama pelo 4º mandato. Ele foi eleito prefeito  e assumirá a prefeitura a partir de 2021. Same, que exerceu a última gestão em 2004, tem como vice-prefeito o empresário Pedrinho da Agrounião (PSD). Same é um veterano na política, e disse que a eleição para o quarto mandato só aumenta sua responsabilidade como gestor.

“A população pode esperar o possível. Tudo que for possível fazer, faremos. Com equilíbrio, maturidade, decisões firmes e pés no chão. Vamos passar pelo quarto mandato o que nos deixa com uma responsabilidade muito maior. A população nos conferiu sua confiança de tocar o município pela quarta vez. É uma decisão pública que interfere diretamente na vida de todos. Então não vamos brincar em trabalho não”, ressaltou. 

Same obteve 3.251 votos (53,82%). A cidade teve outros dois candidatos. Giuli (MDB), que recebeu 1.967 votos (32,57%); e Wilson Bratac (PP), 822 votos (13,61%). Bratac tentou a reeleição. Same disse que administrará com os ‘pés no chão’ e responsabilidade.  “Vamos olhar com muita atenção para todas as áreas:  Saúde, Educação, Cultura, Ação Social, Infraestrutrura e em investimentos que gerem emprego e renda. Daremos uma atenção muito especial a nossa maior riqueza que é a agricultura familiar”, frisou.

Ele disse ainda que para sua equipe de secretários priorizará o servidor de carreira. “A população pode esperar muita dedicação, trabalho e comprometimento de toda a equipe. O povo deixou seu recado nas urnas: não brinquem com o poder público. E não vamos brincar”, acrescentou. Leia abaixo a entrevista completa. 

Tribuna do Interior – Após 16 anos prefeito o senhor volta agora se elege para o cargo com 53,82% (3.251 votos). A que atribui a expressiva votação mesmo tanto tempo longe dos holofotes da prefeitura?
Same Saab – À experiência. Pelo momento que o país está passando [pandemia] as pessoas não votaram por impulso por desacreditar na classe política. A política é a nossa vida. É a Saúde,  Educação, Ação Social… Enfim, tudo passa pelo processo político. Nunca ninguém pode votar ‘chutando o balde’. Tem que votar pela experiência, pela história e pelo que a pessoa é como cidadão. Acho que nesta eleição a população votou no político que realmente é gestor dos problemas públicos. Não votou com raiva e nem por protesto. Mas votou consciente. Isso foi regra no país inteiro. O voto tem que ser pragmático e não emocional. 

Esperava uma votação tão expressiva mesmo após todo este tempo longe da prefeitura?
Olha, esperávamos uma boa votação sim. Visitamos quase todas as casas e fomos muito bem recebidos pela população. Além disso, todas as nossas pesquisas indicavam uma intenção forte da população para nossa volta. E fiquei muito feliz com isso. Aumentou muito nossa responsabilidade nos dando ainda mais ‘gás’ para os trabalhos. E além de tudo, o povo deixou seu recado nas urnas: não brinquem com o poder público.

O senhor vai assumir um mandato de prefeito em plena pandemia. Isso aumenta o desafio para administrar? 
Sim. Com a pandemia a gente espera trabalhar muito mais. Acredito que neste ano por causa de toda esta situação, que consequentemente afeta a economia, a população vai ter que esperar algo mais comedido da gente neste primeiro ano porque não vamos poder pisar no ‘acelerador’. Tem que ser com equilíbrio.  

Este será o seu quarto mandato como prefeito. O que a população de Iretama pode esperar de Same Saab?
Pode esperar o possível. Tudo que for possível fazer, faremos. Com equilíbrio, maturidade, decisões firmes e pés no chão. Vamos passar pelo quarto mandato o que nos deixa com uma responsabilidade muito maior. A população nos conferiu sua confiança de tocar o município pela quarta vez. É uma decisão pública que interfere diretamente na vida de todos. Então não vamos brincar em trabalho não. 
 
Na sua opinião qual a maior necessidade do município? 
A população está muito temerosa em relação à saúde. Vivemos uma situação difícil com a dengue e agora a pandemia de coronavírus (Covid-19). Isso tudo está arrasando com a população. E ela buscou na experiência de muitos gestores a investir muito firme na área da saúde para passar essas situações com o menor prejuízo possível. Vamos investir na saúde com muito profissionalismo.  

Quais os principais projetos para o mandato?
Vamos olhar com muita atenção para todas as áreas:  Saúde, Educação, Cultura, Ação Social, Infraestrutrura e em investimentos que gerem emprego e renda. Daremos uma atenção muito especial a nossa maior riqueza que é a agricultura familiar. Vamos investir em projetos para que as pequenas famílias dobrem sua produção, seja de leite, bicho da seda, ou qualquer outra cultura. Isso dá para fazer oferecendo assistência técnica e motivá-lo. Ir para cima deles mesmo. O grande produtor também terá nosso apoio com a boa conservação das estradas rurais para escoar sua produção.
 
O senhor já iniciou o processo de transição?
Já sim. Estou visitando o pátio de máquinas, a prefeitura e algumas secretarias quase todos os dias, mas com muito respeito pelo antecessor. Sem ‘caça às bruxas’, sem aquela coisa pequena e rasteira de ficar mostrando foto de carro velho. Nada disso.

Sua equipe de trabalho como será definida?
Vamos priorizar funcionários de carreira para assumir as secretarias. Logicamente que teremos algumas outras possibilidades como no caso o nosso secretário de saúde [Eurivelton] que não é de carreira, mas é extremamente técnico. Entende do assunto para a pasta a qual foi designado. O povo nos pediu a vinda do Eurivelton como conhecedor daquilo que faz  e de sua experiência na área. Ele é conhecedor da saúde. Já fez um excelente trabalho para o município e desta vez não será diferente.

O que espera do seu secretário de Saúde já que está é uma das principais áreas da administração?
Espero muito do Eurivelton e também do secretário estadual de Saúde Beto Preto. Temos que ter um investimento muito forte na saúde para efetivos resultados. A pandemia afetou bastante a cidade, mas a dengue foi um desastre ainda pior.  Tem pessoas debilitadas até hoje que não conseguiram voltar a trabalhar. E se a gestão não enfrentar estes momentos com profissionalismo e com garra a população padece. Não adianta você falar eu sou o novo ou sou o velho. Você tem que ter projetos que mudam o município. 

O que espera do seu vice-prefeito, o Pedrinho da Agrounião?
O Pedrinho é uma pessoa organizada. Nasceu pequenininho e cresceu muito, com força, garra, e organização. É uma pessoa valente, honesta e trabalhadora. Sua participação na administração vai exigir muito mais de mim. Ele vai ser um ‘para-choque’ da nossa gestão. Confio e acredito nele. É uma pessoa muito firme que vai fazer com que todo o conjunto de funcionários também atuem nesta parte de organização e respeito, sem ‘subir no salto’, sem ninguém virar pequena autoridade e abusar das pessoas. Vamos estar atentos a isso para que as pessoas sejam muito bem tratadas. Isso tem que ser dos dois lados, tanto o funcionário público tratar bem o cidadão quando o cidadão tratar bem o funcionário público. 
 
Qual sua avaliação da composição da Câmara de Vereadores?
Achei a Câmara ótima. Ficou muito bem representada, são vereadores de diversas localidades. Elegeu representantes desde o Assentamento Muquilão até Águas de Jurema, da sede da cidade, e de segmentos diferentes, como agricultora e comércio. 
 
Seu grupo político tem maioria ou minoria?
Tivemos maioria. Fizemos cinco de nove vereadores. Mas já estamos em conversação com todos os demais para que Executivo e Legislativo trabalhem em harmonia. 
 
Haverá interferência do prefeito na eleição para presidente?
Acho que a Câmara tem uma representação tão boa que não há necessidade de interferência. Tem que deixar eles decidirem sozinhos. É um poder soberano e tem autonomia para isso. Tenho certeza que vão escolher o presidente muito bem.
 
Como espera que seja o relacionamento entre Executivo e Legislativo?
A gente tem que entender o seguinte: a população votou para que a relação seja democrática e não por troca de favores. Está na hora do político crescer um pouco aos olhos da sociedade. Temos que estar aqui não por interesse pessoal, próprio, ou financeiro. O pão a gente ganha com o suor do nosso rosto lá no nosso trabalho, criando porco, galinha, vaca, tirando leite. O setor público você vai porque quer servir. A nossa intenção sempre foi essa, servir fazendo o melhor possível.
 
Como foi sua campanha eleitoral?
A campanha foi muito equilibrada de todos os lados. Gastamos pouco e apresentamos nossas propostas à população. Foi uma campanha limpa, tanto que não houve nenhum processo eleitoral contra nenhum dos três candidatos que concorreram a prefeitura. 
 
Início do ano tem eleição para presidência da Comcam. Há interesse?
Tem que conversar muito com todos os prefeitos. Não devemos ser omissos em nenhuma questão. Mas não é nossa prioridade também não. Vamos conversar com os prefeitos, ver quem se dispõe e quem tem potencial para isso. Estamos aqui para somar. Vamos voltar com força para a Comcam e ser participativos.
 
O morador que não votou no senhor terá o mesmo olhar da administração? 
Sim. A eleição acabou no dia 15 de novembro. Agora é administrar o município. Não tem aquela babaquice de perseguição ou perda de tempo com picuinhas tirando foto de carro velho e fazendo baixaria. Não quero nem saber disso.

Qual a mensagem à população de Iretama? 
De gratidão. Não espere milagres, mas vamos fazer tudo que for possível. Podem esperar muito trabalho e comprometimento. Peço a todos que confiem que vamos encontrar uma saída para todos estes problemas que estamos enfrentando para que sejamos mais felizes.