Nova horta comunitária será implantada em comunidade rural de Roncador
O município de Roncador vem colocando em prática projetos de hortas comunitárias desde, pelo menos, 2019. Iniciada na área urbana, no Jardim Anchieta, a proposta foi ‘desenhada’ para atender moradores da cidade e de comunidades rurais/distritais. Agora, a próxima localidade beneficiada será a Vila Rural do distrito de Alto São João, para atender 20 famílias.
O recurso investido nas hortas do município é em torno de R$ 130 mil, oriundo do Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) – convênio Seab 301/2020 – e Fundo Municipal de Meio Ambiente.
O trabalho começou com uma pequena horta nos fundos do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), iniciada pelo município, por meio do departamento de Meio Ambiente, para atender, a princípio, as famílias em situação de vulnerabilidade social.
No decorrer do tempo, o projeto das hortas comunitárias foi tomando uma proporção maior, com o atendimento, agora, de mais famílias. “Dentro de cinco anos, foi acontecendo”, disse a coordenadora de Educação Ambiental e Hortas Comunitárias, Elizabete Marcheski, lotada na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Turismo.
Segundo a coordenadora, a implementação das hortas visa, sobretudo, proporcionar: fortalecimento de vínculos – tanto entre familiares quanto comunidade –, introdução de verduras, legumes, entre outros, na alimentação das famílias, formação para hortelões orgânicos e geração de renda.
Com isso, esses espaços são separados por família, a fim de trabalhar aspectos identitários. “Lá na horta do Jardim, tem mulheres que gostam de plantar flor no meio do canteiro”, exemplificou, ao enfatizar que isso é permitido, visto que a planta é agroecológica, não prejudicando as demais verduras e hortaliças plantadas, que são todas orgânicas.
“A gente não trabalha com nenhum tipo de agrotóxico”, disse Elizabete, explicando que as formas de cultivo são todas naturais e que, assim, o próprio sistema se autorregula. Isso vale, até mesmo, para a água utilizada na irrigação. No Jardim Anchieta, a água é proveniente de poço artesiano, enquanto na comunidade do Alto São João, será de mina. Dessa forma, a água também não passa por nenhum tratamento com cloro.
Toda a infraestrutura necessária é fornecida pela prefeitura, por meio do convênio com a Seab, como os terrenos públicos ociosos, a cerca, o projeto de irrigação, a consultoria, realizada pela técnica, juntamente com alunos estagiários da área de Engenharia Agronômica, além de outras necessidades. Também há parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), com a oferta de cursos.
Além disso, nas hortas comunitárias, que têm como foco o sustento das próprias famílias, o excedente da produção é vendido, possibilitando uma fonte de renda a mais, também, para a comunidade. As vendas são feitas, normalmente, entre os próprios moradores da localidade. Outras são realizadas em feiras do produtor e, algumas, até mesmo, em mercados da cidade.
O próximo passo, para o projeto ficar ainda mais completo, conforme enfatizou Elizabete, é conseguir uma cozinha comunitária. “Desse projeto também surgiu a cooperativa. Agora, formalizamos ela, para, num futuro, ter uma cozinha comunitária”, falou, com otimismo.
Hortas comunitárias, parcerias entre secretarias e sustentabilidade
De acordo com a coordenadora, o projeto de hortas comunitárias no município tem como objetivo contemplar o máximo possível de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). “A gente está buscando cada vez mais a sustentabilidade dentro da nossa cidade”, destacou.
Além disso, a iniciativa trabalha, segundo a funcionária pública, com os quatro pilares da sustentabilidade empresarial: ambiental, econômico, social e institucional. Em função disso, há parceria entre as secretarias sempre que necessário. “Todas as secretarias estão envolvidas”, frisou.
“Por exemplo, a Secretaria de Saúde pediu para a gente desenvolver a hortoterapia, que é no Vivamente”, falou. O espaço Vivamente é destinado ao atendimento especializados e oficinas terapêuticas gratuitas. Diante disso, também foram fornecidas as mudas, as ferramentas e o espaço para o grupo, de cerca de 15 pessoas, e a coordenadora faz consultorias conforme necessidade. As pessoas atendidas cultivam os produtos plantados, sobretudo para consumo próprio.