Números do Covid-19 na região são críticos, alerta Regional de Saúde
Os números da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) são críticos na Comcam, conforme alerta o chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira. Ele participou de uma videoconferência com prefeitos da região na sexta-feira (7) e apresentou os dados, que não são nada animadores.
“Os números mostram que estamos atingindo o ponto máximo. Acredito que chegamos ao platô de casos e mortes. Esperamos que comece a cair logo”, preocupou-se Siqueira. Ele chamou a atenção que a disseminação do vírus vem se mantendo alta há cerca de três semanas sem sinal de queda. “Não é momento de flexibilizar mais nada. O prefeito que tomar esta decisão é por sua conta e risco”, alertou.
Para se ter ideia, a primeira semana de agosto encerrou com um número seis vezes maior de mortes em Campo Mourão e região por coronavírus comparado ao mesmo período de julho. Do dia 1º a 9 deste mês foram 14 óbitos pela doença, contra duas no mesmo intervalo de tempo em julho. Um aumento de 650%. Na Comcam, o número de mortes pela doença infeciosa já chega a 65. Os casos aumentaram em 222% em um mês.
“Nesta reunião com os prefeitos já mostramos a eles que a Santa Casa está no seu limite. Já ampliamos os leitos que eram possíveis. Não há nada mais que possa ser feito”, destacou. “Hoje se falar em ampliar leito vai ter dificuldade de encontrar funcionário. Estamos no limite para conseguir profissional e conseguir medicamentos Na semana passada o Estado teve que fazer uma força tarefa para conseguir medicamentos”, emendou.
O chefe da Regional de Saúde comentou que só o fechamento do comércio não é a solução para conter a disseminação do vírus. Ele chamou a atenção da população em relação ao relaxamento com os cuidados de prevenção. Siqueira disse parecer que algumas estão encarando a situação como normal. “Parece que muita gente já acha normal que todo mundo vai pegar o vírus e os óbitos. Infelizmente”, lamentou.
Siqueira alertou que o momento não é de flexibilização e pede uma ação mais efetiva e enérgica dos municípios. “As festas particulares, festas de casamentos, reuniões de famílias é que o que está causando o aumento dos números”, ressaltou. Ele disse que lamentavelmente os óbitos na região foram agravados pela situação do Lar dos Velhinhos de Campo Mourão. “Era um fato que sabíamos que podia acontecer, mas aconteceu mais rápido do que o previsto”, frisou. A entidade teve 9 mortes pela doença nos últimos dias.
Em relação a possibilidade do retorno presencial das aulas para setembro prevista pelo Estado, Siqueira afirmou que uma comissão estuda o caso, e que a situação precisa ser ‘muito bem analisada’. “Particularmente acho precoce”, resumiu.
Ele acrescentou que a população deve redobrar os cuidados de prevenção ao vírus, usando máscara de proteção, fazendo a assepsia das mãos com água e sabão e álcool em gel e, principalmente, evitando aglomeração. “Não adianta querer culpar o poder público. A prevenção tem que partir de cada uma”, acrescentou.