Peabiru sofre com descarte clandestino de lixos e prefeitura pede ajuda com denúncias

Em plena epidemia de dengue e com uma morte pela doença, Peabiru vem sofrendo com o descarte clandestino de lixos nas proximidades do aterro sanitário da cidade, a cerca de 1,2 quilômetro da sede do município. Alguns moradores vêm descartando ilegalmente vários tipos de lixos. Até holerites já foram encontrados por equipes secretaria de Meio Ambiente. 

O município tem uma legislação específica que prevê multa de R$ 4.824,00 para este tipo de crime, mas a dificuldade é flagrar os responsáveis pela prática. “É uma multa pesada e justa para quem incorre neste tipo de crime, mas a dificuldade é flagrar o indivíduo”, falou o diretor de Proteção do Meio Ambiente de Peabiru, Cleiton Aparecido da Silva, que pede a ajuda da população com denúncias. Quem flagrar este tipo de ação pode estar entrando em contato coma prefeitura pelo telefone (44) 531-8100.

A quantidade de lixo desovada em locais inadequados só não é maior porque hoje a prefeitura mantem um vigia no aterro sanitário, que controla a entrada de pessoas na área. Os materiais costumam ser descartados principalmente nos finais de semana. Estes materiais podem acumular água servindo de criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. 

O diretor de Meio Ambiente comentou que os dejetos são descartados principalmente no trajeto até o aterro sanitário. Segundo ele, pessoas de cidades vizinhas também costumam incorrer na prática. “Já retiramos muitos materiais próximos de rios e fundos de vale”, falou. Os resíduos descartados em locais inadequados são recolhidos pela prefeitura e destinados adequadamente. 

Silva comentou que entre os lixos são encontrados móveis velhos, eletroeletrônicos, entulhos de construção civil e materiais recicláveis. Uma situação curiosa, segundo ele, é que houve um caso de uma equipe encontrar holerites em um descarte e, através do documento, identificou o responsável que foi notificado e fez o recolhimento do lixo e destinação correta para evitar a pena prevista em lei. 
 

 “Promovemos também campanhas no município para que a população não faça mais a disposição de resíduos na calçada ou via pública. Isso em Peabiru era muito frequente, tínhamos um problema muito sério, tanto que o pessoal chamava Peabiru de cidade da sujeira. Com campanhas de conscientização conseguimos avançar neste sentido também”, explicou, ao comentar que o município não se recusa a coletar o material, mas ele precisa estar devidamente acondicionado em sacos plásticos. “Mas infelizmente alguns moradores ainda colocam materiais no carro descartando em locais impróprios”, lamentou.

Silva ressaltou que a participação popular com denúncias é importante no processo de evitar o descarte ilegal de materiais. “Jogar resíduos de forma inadequada em locais impróprios é um desrespeito a lei e ao próprio município porque o morador paga de alguma forma para que a cidade fique limpa, e quando acontece isso tem alguém cooperando para que aconteça o contrário”, argumentou.

Ele acrescentou que o único tipo de resíduo que o município não recolhe é entulhos de construção civil. Para isso, o morador deve locar uma caçamba particular para a destinação. “Há uma lei federal que regulamenta esta questão e colocamos em prática também no município. Peabiru coletava todos estes tipos de resíduos, além de ser um custo que o município não deveria arcar estávamos descumprindo a lei. Entulho de construção civil é de responsabilidade do gerador”, explicou, ao falar que a prefeitura coleta resíduos sólidos urbanos domiciliares e recicláveis.

‘Caçamba Social’ 

O secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Peabiru, Osmar Pereira, informou que foi implantado no município, na atual gestão o Programa ‘Caçamba Social’. Segundo ele, o projeto atende uma reivindicação da população, principalmente das pessoas mais carentes. Para ter acesso, o morador precisa estar cadastrado no ‘Cadastro Único’ da secretaria de Ação Social. 

“Foram comprados dois caminhões para atender somente esta coleta, são 10 caçambas. Hoje não tem mais porque a população deixar o seu quintal sujo”, falou o secretário. Segundo ele, o programa teve boa aceitação na cidade. Só não podem ser descartados entulhos de construção civil. “Apesar de te sido implantado no fim do ano passado, muita gente já está procurando”, disse.