Produtores de Araruna apostam no cultivo de tomates sem agrotóxicos
A estufa cobre os pés de tomate nas plantações de Claudia Aparecida da Silva Martins e Valdir Reinaldo Colli, no município de Araruna. A medida é para prevenir o ataque de doenças. A técnica faz parte de um sistema de cultivo assistido pelo Instituto Emater, através do projeto Olericultura Orgânica, desenvolvido em mais de 200 municípios do Paraná.
Com a técnica, os dois produtores familiares estão produzindo tomate sem o uso de agrotóxicos. A produtora Cláudia Martins, já começou a colher os frutos do projeto. Com 500 pés de tomate, variedade BRS Nagae, sua expectativa é colher em torno de 8 toneladas (8 mil quilos) do fruto.
Em sua propriedade são cultivados também pepino, vagem, pimenta e pimentão. O cultivo é feito em quatro estufas de 250 metros quadrados e duas estufas de 1 mil metros quadrados. Cláudia espera produzir todas as hortaliças em sua propriedade no sistema orgânico.
O extensionista da Emater de Araruna, Darwin Caleff Ramos, comentou que aliado à boa produtividade, o cultivo de orgânicos gera também melhora na qualidade de vida, uma vez que os produtos estão menos expostos aos agrotóxicos utilizados na agricultura convencional, oferecendo à população um alimento mais seguro.
Caleff observou que o próximo passo agora é conseguir junto aos produtores a certificação de produtos orgânicos, procedimento pelo qual uma certificadora, devidamente credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica.
Olericultura Orgânica
O projeto Olericultura Orgânica abrange mais de 2 mil produtores no Paraná empenhados em produzir alimentos seguros, principalmente para atender os mercados institucionais que atendem a merenda escolar.
O programa é coordenado na região pelo Extensionista da Emater de Campo Mourão, Rinaldo Antonio Clementin. O projeto prevê a capacitação de técnicos e produtores através da metodologia de treino-visita, que acompanham na prática o desenvolvimento da cultura e as técnicas preconizadas no sistema.
De acordo com a Lei 16.751/10, que institui a alimentação escolar orgânica em todo o sistema estadual de ensino do Paraná, o objetivo é incluir alimentos orgânicos gradualmente na alimentação dos alunos nas escolas estaduais, até chegar a 100% da merenda em 2030, sendo a maior produção baseada na agricultura familiar, atualmente, 60% da merenda escolar e proveniente da agricultura familiar, sendo cerca de 8% orgânica.