Região contabiliza 3.190 casos de dengue e município decreta situação de emergência

A cada semana a situação fica mais crítica na região em relação à dengue, já que os números não param de aumentar. Para se ter ideia da semana passada para esta, os casos saltaram de 2.475 para 3.190, ou seja, 715 novas confirmações, um aumento de 22,4%. A doença avança mesmo com os municípios implantando várias frentes de ações emergenciais. Já foram registradas 5 mortes pela doença na região, 3 em Nova Cantu, uma em Barbosa Ferraz e uma em Peabiru. 

Também, mais uma cidade passou a enfrentar epidemia: Engenheiro Beltrão, com 566 casos. As cidades de Barbosa Ferraz; Iretama; Juranda; Nova Cantu; Peabiru; e Quinta do Sol já se encontravam nesta situação. A Comcam contabiliza 7.274 notificações da doença. 

Esta semana, o prefeito de Iretama, Wilson Carlos de Assis (PP),  decretou situação de emergência pelo período de quatro meses (120 dias) por causa da dengue.  O município se encontra em situação epidêmica, a incidência de casos atualmente é de 1.044 para cada 100 mil habitantes. 

A medida visa acelerar as ações de combate ao Aedes aegypti no município, dispensando licitações e contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta a epidemia e de prestação de serviços relacionados ao controle da doença e combate ao seu vetor.

“É aquilo que sempre temos falado, enquanto os moradores não abrirem os olhos para o problema dificilmente os municípios irão conseguir controlar a situação. A população precisa se conscientizar do problema evitando água acumulada para inibir a proliferação do mosquito vetor da doença”, falou o chefe da 11ª Regional de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira. Ele disse que diariamente a Regional acompanha a situação nos municípios. “Os trabalhos acontecem 24 horas, não podemos descuidar”, frisou. 

Nas últimas semanas os municípios da região vêm agindo com várias frentes de trabalhos no combate ao Aedes aegypti, como arrastões, eliminação de criadouros, uso do fumacê, campanhas de conscientização e, inclusive, implantado leis mais rígidas que preveem punições severas ao morador onde forem encontrado focos de dengue. 

De acordo com o boletim que monitora a doença, divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde, o município com maior índice de infestação predial do Aedes aegypti no Paraná é Terra Boa, com 14,80% IPP por 100 mil habitantes. Até o momento, a doença atingiu 23 dos 25 municípios da região. 

Os municípios com casos confirmados de dengue são Quinta do Sol (610); Nova Cantu (577); Engenheiro Beltrão (566); Barbosa Ferraz (452); Juranda (408); Peabiru (235); Iretama (124); Ubiratã (60); Campina da Lagoa (42); Campo Mourão (40); Roncador (16); Terra Boa (14); Fênix (13); Araruna (10); Goioerê (6); Moreira Sales (4); Corumbataí do Sul (2); Janiópolis (2); Boa Esperança (2); Rancho Alegre do Oeste (2); Altamira do Paraná (2); Mamborê (2); e Luiziana (1). 

Para fortalecer as ações de combate ao mosquito vetor da doença, os municípios da região estão recebendo o inseticida Malathion. Foram distribuídos 1,2 mil litros pela 11ª Regional às cidades. Nesta semana, técnicos da Regional de Campo Mourão participaram de uma capacitação em Maringá sobre o uso do novo inseticida de combate à dengue , o Cielo, que será enviado pelo Ministério da Saúde e deve chegar ao Estado em março.

O novo inseticida é composto por imidacloprido (neonicotinóide) e praletrina (piretróide). Os princípios ativos são diferentes do Malathion, pois vem pronto para uso em Ultra Baixo Volume (UBV) que é popularmente conhecido como “fumacê”.

Situação no Paraná

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nessa terça-feira (11) o novo boletim de infestação predial que apresenta o Levantamento de Índices Rápido para o Aedes aegypti, o LIRAa. O Paraná tem 331 municípios infestados, representando 82,96% do Estado.

No período de 2 de janeiro a 6 de fevereiro, dos 399 municípios do Paraná, 103 estão classificados em situação de risco de epidemia; 160 em alerta e 114 em situação satisfatória para o IPP (Índice de Infestação Predial). Os demais não enviaram informações ou não realizaram o monitoramento.

Dentre as amostras, 78,2% são depósitos móveis ou passíveis de remoção – recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas em pátios e ferros velhos, entulhos de construção, pneus, vasos de plantas, bebedouros e recipiente para degelo de geladeiras, entre outros.

O novo boletim divulgado confirma também seis novos óbitos de dengue. Os dados apontam 20.563 casos confirmados, 5.866 a mais que na última semana e 3.446 em investigação. O número de notificações subiu para 64.825, um aumento de 31,05% em sete dias, um total de 62 municípios está em situação de epidemia, 12 a mais que o último boletim.