Roncador, a cidade de dois padroeiros, completa 60 anos nesta sexta-feira
Roncador comemora nesta sexta-feira (5), 60 anos de emancipação político-administrativa (Bodas de Diamante). A cidade tem pouco mais de 11 mil habitantes, conforme o último censo do IBGE. Este ano, novamente não haverá programação festiva devido a pandemia da Covid-19. Às 9 horas será celebrada uma missa de ação de graças pelo aniversário e realizada a bênção da frota municipal, na Igreja Matriz. Já na parte da noite será realizado no Estádio Augusto Becher um jogo amistoso de veteranos entre Roncador e a cidade vizinha, Iretama, para marcar a passagem da data.
“Tivemos orientação do nosso Comitê Gestor da Saúde para não realizar evento festivo. O pessoal pediu prudência para evitar a propagação da Covid-19”, comentou o prefeito da cidade, Vivaldo Lessa (DEM). “Também em respeito às vidas levadas pelo vírus este não seria um momento apropriado para festejar”, emendou. Segundo ele, caso exista possibilidade, o aniversário de Roncador será celebrado no fim do ano com alguma celebração religiosa ou até mesmo um show à população.
O gestor lembrou que há cerca de dois meses, para não deixar o aniversário da cidade passar em branco, a prefeitura vem fazendo a divulgação de fotos históricas do início da construção da cidade em sua página oficial no Facebook.
“Com isso estamos promovendo o resgate histórico do município. Isso também é comemorar o aniversário, relembrando a nossa história. Temos que respeitar nossas raízes e quem construiu a cidade”, destacou Lessa, ao agradecer os pioneiros pela luta e determinação para o início do município.
Dois padroeiros
Roncador é um dos poucos municípios do Brasil a contar com dois padroeiros. Além de São Pedro (29 de junho), a cidade venera também São Nicolau (6 de dezembro), que é o santo protetor dos ucranianos. O município passou a ganhar a “proteção” de mais um santo, em homenagem às tradições e influências ucranianas presentes no local. Os próprios vereadores da cidade se mobilizaram e criaram o projeto de Lei N.º10/84, instituindo o segundo Feriado Municipal, no dia 6 de dezembro.
Com o passar do tempo, a cidade ficou conhecida pelas redondezas como a cidade da Fé. E para marcar esta característica, dar as boas vindas aos visitantes e homenagear os católicos da cidade, a prefeitura de Roncador, construiu na entrada da cidade, pelo acesso de Iretama, as imagens de São Pedro e São Nicolau, medindo dois metros de altura, feitas de fibra de vidro. Os monumentos são acompanhados de paisagismo e iluminação.
Histórico
Em 1906, o município de Guarapuava era a principal ponte de comercialização de uma área territorial de 54.540 quilômetros quadrados, ou seja, a 4ª parte do Estado do Paraná. Através de sucessivos desmembramentos, foi perdendo parte das terras, surgindo, por exemplo, os municípios de Palmas, Prudentópolis, Foz do Iguaçu, Laranjeiras do Sul e Pitanga. Do desmembramento de Pitanga, nasceu Campo Mourão e, deste, o município de Roncador.
De Guarapuava, partiram grupos exploradores para o sertão inóspito. Em 1915, a Comissão Exploradora de Terras iniciou a abertura do terceiro “Picadão”, que ia de Guarapuava ao Estado de Mato Grosso. A Comissão Exploradora de Terras, quando passou pela região, acampou em um local próximo a um rio. Era noite e o tempo ameaçava uma tempestade. A ventania provocava um forte barulho entre as copas dos pinheiros, que, aliados ao estrondar de uma queda d’água, formavam um ronco ensurdecedor.
Ao rio foi dado o nome de Roncador, denominação que, mais tarde, passou a região. Assim, originou-se o nome do município, que, em 1960, teve como prefeito nomeado João Otales Mendes. Em 1961, aconteceu a emancipação político-administrativo e teve como prefeito, entre 1961 a 1965, Eleutério Galdino de Andrade.