Seca afeta abastecimento de água em Altamira do Paraná
A estiagem prolongada afetou o abastecimento de água potável nesta sexta-feira (24), na cidade de Altamira do Paraná. As altas temperaturas também estão contribuindo para o aumento do consumo de água, agravando ainda mais a situação.
Segundo a Sanepar, poços artesianos que abastecem a cidade tiveram queda significativa na vazão. “Por esta razão, pode ocorrer falta de água ou baixa pressão nas redes de distribuição nas regiões do centro da cidade, Conjunto Pombal e Sub 50”, alertou. Sem perspectivas de chuvas, o abastecimento só deve voltar à normalidade na quinta-feira (30), de forma gradativa.
O Paraná vive uma estiagem severa e emergência hídrica. No momento, é imprescindível que todos colaborem, adotando hábitos de consumo inteligente da água e uso racional. A orientação é para que a água tratada seja priorizada para alimentação e higiene pessoal.
A Sanepar orienta que as limpezas mais pesadas, como lavagem de carros, calçadas e fachadas, devem ser adiadas até que a situação se normalize. “É preciso reutilizar a água da lavagem e enxágue de roupas e reduzir o tempo no banho”, orientou.
Outras cidades da região também correm o risco de racionamento de água por causa da seca: Iretama e Goioerê. O segundo município já enfrentou esta situação no ano passado. Há cerca de 3 meses não chove significativamente na região da Comcam. E segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), não há previsão de chuvas para os próximos dias.
Cenário desanimador
A primavera iniciou na quarta-feira (22) com dois terços do território do Paraná em estiagem e, segundo previsão do Simepar, a situação com relação à crise hídrica deve se manter, com projeção de chuvas abaixo da média na estação. A Sanepar alerta que a cooperação da população fazendo o uso racional da água continua fundamental neste momento.
O Estado vive a pior estiagem das últimas décadas. No interior do Estado seis municípios estão com o abastecimento em dias alternados e 19 cidades em situação crítica. A previsão para o mês de outubro é de chuvas dentro da média ou um pouco acima, mas em novembro diminuem e a situação voltará a ser crítica.
No início de agosto, o governo estadual publicou o terceiro decreto de emergência hídrica no Paraná, em sequência, reconhecendo a gravidade da estiagem e priorizando o uso da água para abastecimento humano e dessedentação animal. A estiagem também tem provocado perdas na agricultura. Sem chuvas significativas no momento do plantio de grãos, a produção sofreu o impacto das mudanças climáticas. A produção de milho teve uma quebra de quase 60% em relação ao ano passado.