Morador que possuir foco de dengue em casa será multado na hora em Campo Mourão

Devido aos altos índices de larvas do mosquito da dengue registrados em Campo Mourão, a prefeitura passará a aplicar multas aos moradores que possuírem focos de dengue nas residências em que moram. As autuações passarão a ser aplicadas na hora, ou seja, no momento em que o agente de endemia encontrar o foco.  As multas iniciam em R$ 140,00 podendo chegar até R$ 14 mil ou mais, dependendo da gravidade e da quantidade de focos encontrada no imóvel. A medida foi anunciada na tarde desta terça-feira (14), pelo secretário de Saúde do município, Sérgio Henrique dos Santos, duramente coletiva de imprensa. 

Na ocasião, ele anunciou que no próximo sábado (18) será realizado um arrastão em várias localidades da cidade. “Estamos diante de um cenário bastante preocupante em Campo Mourão em relação a dengue. A cidade está infestada pelo mosquito e, considerando que vários municípios próximos estão em epidemia, estamos em um eminente risco também de entrar em epidemia”, falou. 

De acordo com Levantamento Rápido de Infestação do mosquito Aedes aegypti  (LIRAa), divulgado na última sexta-feira (10), o índice de infestação do Aedes em Campo Mourão está em 6,66%, ou seja, a cada 100 imóveis visitados, em mais de 6 deles há focos do mosquito. O valor é três vezes maior comparado ao último LIRAa realizado em novembro de 2019, que apontou 2,61% de infestação. O tolerável pela Organização Mundial de Saúde  (OMS) é até 1%. Os números deixam Campo Mourão com alto risco para epidemia de dengue. 

“Essa situação será controlada somente com a conscientização da população. Os moradores precisam eliminar os focos para que o município saia deste risco de epidemia”, alertou Santos, ao informar que a cidade tem até o momento 6 casos importados de dengue. 

Conforme os números do LIRAa, das 43 localidades analisadas, em 29 o índice ultrapassou 4%. A região do Jardim Tropical II é a que enfrenta o maior índice de infestação: 19,61%.  As outras regiões em situação mais crítica são: jardim Paulista (15,79%); Modelo (15,63%); Fortunado Perdoncini (14,63%); Aurora (12,77%); Centro (10,64%); Laura (10,26%);  Pio XII (9,80%); Mario Figueiredo (9,68%); Cidade Nova (9,52%); Diamante Azul (9,43%); Ipe, Bandeirantes e Parigot de Souza (9,38%); Isabel (9,09%); Capricórnio (8,96%); Indianópolis (8,93%); Milton de Paula Walter (7,14%); Cidade Alta (6,90%); Aeroporto (6,45%); Vila Cândida e Cohapar (5,88%); Pq. São Francisco (5,71%); Flórida (5,56%); Nossa Senhora Aparecida (5,41%); Copacabana (5,17%); e Santa Cruz (4,26%). Todas estas regiões correm alto risco de epidemia. 

Durante o levantamento foram pesquisados 1.817 imóveis, sendo encontrados 121 focos de dengue. A maior parte dos focos foi encontrada em residências: 85%; terrenos baldios (12%); e comércios (3%). Já os criadouros predominam em lixos como plásticos, vidro, papelão, e sucatas: 46%; piscinas (33%); vasos sanitários (13%); pneus (5%); tanques em obras, calhas, lajes  (1%); e árvores ocas (2%).

“Hora H”

No próximo sábado (18), o município irá realizar a partir das 8 horas um arrastão contra o Aedes aegypti. A mobilização, chamada de “Hora H” de Combate à Dengue, será realizada em 21 localidades do município em situação mais crítica. 

“Foi provado neste último levantamento que estamos com índice muito alto de infestação e a maioria dos locais dos focos são em materiais recicláveis. Então vamos fazer estar adentrando nos quintais de casas, vias públicas, terrenos baldios e construções retirando este lixo”, falou a Coordenadora Geral de Campo dos Agentes de Endemias, Marinalva Ferreira da Luz.

Segundo Marinalva, os trabalhos de campo são constantes no município, ela disse que já no primeiro momento do levantamento de infestação, os trabalhos foram direcionados às localidades em situação mais crítica. “A dengue está preocupante porque temos o vetor, basta o vírus estar na nossa cidade. A população tem que fazer sua parte não deixando água parda”, orientou. 

Marinalva disse ainda que o município conta com 52 agentes de endemias para realizar os trabalhos de campo. Segundo ela, um agente dá conta de até 1 mil imóveis. “Considerando que a cidade tem 45 mil imóveis para se trabalhar a quantia de agentes é suficiente para atender a população”, frisou.